Lucas da Silva Neves, 23 anos, foi levado a julgamento no Tribunal do Júri, na tarde desta quinta-feira (11), acusado de assassinar a tiros o adolescente Eric Lucas de Freitas Sabino, 15. O réu foi condenado a 20 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado. A vítima foi morta em plena luz do dia, na manhã de 19 de novembro de 2016, na Vila Olavo Costa, Zona Sudeste. O corpo de Eric foi encontrado caído ao chão da Rua Jacinto Marcelino, com vários ferimentos à bala.
Conforme denúncia do Ministério Público, o jovem agiu por motivo torpe, pelos desentendimentos que tinha com Eric e que, ao surpreendê-lo com os disparos, impossibilitou sua defesa. Ainda segundo o MP, o adolescente estava em via pública quando foi abordado por Lucas, que insinuou não estar armado, alegando querer apenas conversar. Neste momento, uma terceira pessoa teria surgido, entregando uma arma ao suspeito, que abriu fogo contra a vítima. Logo após atingir a vítima, o autor ainda teria disparado outras vezes, mesmo com o adolescente já caído no chão.
Na sentença, presidida pelo juiz Paulo Tristão, o magistrado enfatizou que o condenado tinha “conduta social desabonadora” e demostrou possuir “personalidade violenta”, além de ser conhecido na localidade onde mora pelo envolvimento com o tráfico de drogas. Em sua percepção, a participação de uma pessoa desconhecida no crime, repassando a arma momentos antes dos disparos, demonstra a “intensidade do dolo”.
Diante da gravidade dos fatos, tendo o acusado matado “a vítima em via pública na parte da manhã, por vingança, sua periculosidade, demonstrada no modo de agir”, o juiz negou o direito de Lucas recorrer em liberdade. O magistrado ainda levou em conta o fato terem persistido os motivos da prisão preventiva – quando o suspeito oferece algum risco – e de ele ter ameaçado a integridade física de uma das testemunhas. Segundo a Secretaria de Administração Prisional (Seap), o condenado está detido no Ceresp, desde 19 de abril do ano passado.