Ícone do site Tribuna de Minas

Católicos comemoram 300 anos de aparição de Nossa Senhora Aparecida

nossa senhora capa
nossa senhora aparecida leo
Fiéis participam de novena com presença da imagem peregrina que leva o nome de Nossa Senhora Aparecida (Foto: Leonardo Costa)
PUBLICIDADE

Com extensa e variada programação, o jubileu de 300 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul será lembrado em várias comunidades de Juiz de Fora (ver quadro). Além das tradicionais novenas e terços, as celebrações destacam a importância da imagem da padroeira do Brasil nessa quinta-feira (12). Uma das principais celebrações ligará a Zona Norte à Zona Leste, em uma procissão pelas margens do Paraibuna, afluente do Paraíba do Sul. Além da bênção das águas, maltratadas pela extensão do período de estiagem, é previsto o plantio de uma muda de árvore. “A árvore significa a vida. Vamos celebrar dessa forma, porque Maria veio trazer a vida (de Cristo) a todos. Esse plantio deve acontecer antes da missa, que será seguida de procissão, até a igreja de Nossa Senhora Aparecida, no bairro homônimo”, destaca o arcebispo metropolitano dom Gil Antônio Moreira. A vida é celebrada, lembra ele, em um momento muito difícil para o povo brasileiro.

“Esse é um momento bastante propício para a súplica pelo país que passa por tantas crises, econômica, social, política, moral, com ataques muito agressivos aos símbolos da fé, que não esperávamos ver no Brasil. Esse pedido vem nesse sentido, de uma grande bênção para superar a avalanche de coisas negativas que pesam sobre a nossa nação.”
A força da padroeira do país é a força da mãe bondosa, que intercede junto ao filho pelo melhor para as pessoas. “Como aconteceu nas bodas de Caná, quando Jesus fez seu primeiro milagre, por meio de um pedido de Nossa Senhora, em benefício da família que estava em apuros, porque faltava vinho para a festa. Em todas as situações, mas principalmente as que envolvem maior angústia ou sofrimento, procuramos pela mãe de Jesus, para que ela interceda em nosso benefício.”

PUBLICIDADE

Imagem peregrina

As homenagens aos 300 anos de encontro de Nossa Senhora estão sendo preparadas desde o ano passado, quando a imagem peregrina veio do Santuário de Aparecida e percorreu cerca de 90 paróquias de Juiz de Fora e região. Na época da volta da imagem ao Santuário, ela foi doada à Arquidiocese e se encontra, atualmente, na igreja de Nossa Senhora Aparecida no bairro homônimo. A comemoração do dia de Nossa Senhora também conta com momentos de tradição. Uma promessa levou amigos motociclistas a agradecerem uma graça por meio de uma motociata. O ato completa sua 22ª edição neste ano. A procissão de motos deve reunir cerca de três mil fiéis, que levarão a imagem da padroeira pelas ruas da cidade, partindo da Avenida Rio Branco, próximo ao Carrefour, com concentração às 9h. “Pedimos às pessoas que levem duas latas de leite em pó integral, para que possamos doar para a Instituição Casa, no Furtado de Menezes. Quem trouxer o leite vai ganhar uma camisa. Mas é preciso chegar cedo”, diz o organizador Anderson Dutra.  Após a motociata, os motociclistas chegam à Catedral, onde acontece missa com benção aos veículos, carteiras, capacetes e chaves. “A moto que leva a imagem vai até o altar para ser abençoada. No início, foi uma união de cinco ou seis motoboys e, depois, virou tradição. Fazemos um cordão com os capacetes e os levantamos. É uma celebração muito bonita, que representa tudo para nós, um agradecimento por mais um ano nas ruas da cidade”, comenta Dutra.

PUBLICIDADE

Devotos dão seus testemunhos

Nossa Senhora Aparecida se tornou um grande símbolo de fé em todo o Brasil. De acordo com dom Gil, além do exercício da maternidade e da intercessão por todas as pessoas, a mãe de Jesus causa a identificação pela simplicidade e pela proximidade com o povo. As histórias de devoção a Maria se fundem com as diversas histórias de devoção das pessoas.
“Sempre fui devota. Tenho uma imagem de Nossa Senhora que tem 60 anos. Ela foi restaurada no ano passado. Minha mãe a ganhou quando tinha 15 anos, e ela continua comigo, depois que minha mãe faleceu”, diz a aposentada Berta Deisimar Costa Pires, 53 anos. Quando Berta engravidou, descobriu que tinha artrite reumatoide, precisou tomar um remédio muito forte e, em função dessa medicação, o bebê poderia ter uma série de complicações. Era também uma gravidez de risco, pela pressão alta.

“Ele nasceu com uma luxação de quadril congênita e com má formação nos pés. Passou por sete cirurgias, e havia o prognóstico de que não conseguisse andar. Nesse tempo, eu e o pessoal da igreja sempre estávamos rezando por ele.” Com o tempo, o garoto aprendeu a andar e precisou fazer outra cirurgia quando completou 8 anos. Ele pediu uma imagem de Aparecida e levou junto com ele para Belo Horizonte, onde passou pelo procedimento. Embora tenha passado por muitas operações, ele nunca teve nenhuma complicação, infecção ou qualquer outro problema. “Temos muito o que agradecer.”

PUBLICIDADE

“Ele se tornou devoto de Maria, assim como eu e minha mãe. Hoje ele anda, é forte e decidiu ser seminarista. Foi vocação própria. Ninguém nunca disse que ele precisava estudar isso nem nada. Ele quis, ele buscou esse caminho. Ele é um vencedor”, conta orgulhosa.

Magda dos Santos e Berta Deisiamar compartilham suas histórias de devoção à padroeira (Foto: Leonardo Costa)

Fé como sustento

Magda André dos Santos Silva descobriu uma aplasia na medula em 2003, quando foi submetida a um transplante. Depois de dois anos, o corpo rejeitou o procedimento, e ela precisou passar por tudo novamente. Nesse tempo, contava com a devoção a Aparecida e as orações da família e dos fiéis da comunidade. “A fé em Nossa Senhora foi o meu sustento. Em um primeiro momento, levei um choque, sou humana, mas com a prática da oração, me fortaleci. Nos momentos mais difíceis de problemas, de efeitos da medicação, ela me ajudou a passar por tudo.” Ela chegou a se questionar se conseguiria ver o filho crescer. Quando tudo aconteceu, ele tinha 2 anos. “Passei por tudo e me sinto curada. Sei que foi por meio da intercessão dela. Hoje meu filho tem 16 anos, também participa da vida da paróquia, e a minha fé em Nossa Senhora continua. As pessoas precisam acreditar sabendo que tudo acontece na hora certa. É preciso confiar.”

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile