A tempestade da última quinta-feira (10) causou estragos no Centro Educacional Saber Mágico, uma escola de educação infantil localizada no Bairro Borboleta, na Cidade Alta, após a queda de três eucaliptos. No momento, 61 alunos estavam na instituição e 23 crianças brincavam no parque – onde as árvores caíram, mas foram retiradas antes do ocorrido e ninguém ficou ferido. As aulas desta sexta-feira (11) foram suspensas e o Corpo de Bombeiros atua no local para retirar os destroços.
De acordo com a proprietária da escola, Jussara Oliveira, de 51 anos, o risco provocado pelas árvores já havia sido avisado ao Poder Público. Ela ainda afirma que os eucaliptos, de aproximadamente 40 metros de altura, pertenciam ao terreno ao lado da instituição e que os vizinhos solicitaram a poda e/ou retirada das árvores desde 2019, mas não tiveram retorno da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF).
“Como o céu escureceu e armou chuva, recolhemos as crianças do parque. Assim que fechamos a porta, as árvores caíram. Sempre tivemos muito medo desses eucaliptos”, diz Jussara.
As árvores atingiram o telhado do local e destruíram o refeitório e a cozinha. A estrutura do parque também foi afetada. A proprietária estima que os danos podem chegar a R$ 60 mil.
A reportagem solicitou à PJF informações sobre a atual situação do imóvel e também um esclarecimento em relação ao questionamento da solicitação da poda de árvores. Em nota, a Prefeitura informou que “realiza por toda a cidade trabalhos de poda e corte de árvores, de maneira preventiva, em terrenos públicos, mas não possui incumbência para executar em espaços privados.” Em relação ao pedido de poda, a PJF está apurando sobre o andamento do protocolo.
A Tribuna também entrou em contato com o Corpo de Bombeiros para saber uma previsão de finalização dos trabalhos, mas ainda não teve retorno.
Ventos de 98,6 km/h e chuva intensa causaram outros estragos
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a velocidade máxima dos ventos registrada ontem em Juiz de Fira foi de 98,6 km/h, no interior do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Já o maior volume de precipitação pluviométrica foi de 49 mm, no Bairro Bairu. Os militares foram acionados para 31 ocorrências, sendo a maioria delas decorrente da queda de árvores e colapso de estruturas metálicas.
“Diante do cenário, o 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM), sediado em Juiz de Fora, informa que atuará com reforço de efetivo nos próximos dias. As ações seguirão uma estratégia de força inteligente e eficiente, com o objetivo de garantir o pronto atendimento às ocorrências e minimizar os impactos à população”, informou em nota a corporação.
A Defesa Civil também foi acionada e registrou 22 ocorrências em função da chuva das últimas 17 horas. A maioria das ocorrências foi de destelhamento. Ao todo, foram nove ocorrências de destelhamento; cinco de queda de árvore em edificação; três registros de alagamento; duas ocorrências de enxurrada e duas de desabamento de muro de divisa; além de uma ocorrência de desabamento parcial de edificação.
Cidade superou a média de chuva prevista para o mês
Em apenas 17 horas, Juiz de Fora superou a média de chuva prevista para todo o mês de abril, com 82,2 mm, segundo a Defesa Civil. Em dez dias, já foi registrado o volume de 142,3 mm na Zona Leste, superando em 81% o volume esperado para o mês de abril, seguido pelos dados na Zona Nordeste, que atingiu 114,6 mm, superando em 46% o total esperado do mês.
Em relação à ventania, a Defesa Civil informou que, somente em 2025, Juiz de Fora foi atingida por três das quatro rajadas de vento mais significativas já registradas em uma estação meteorológica na cidade.