A Defesa Civil informou que, só no mês de janeiro, foram registrados 322 ocorrências relacionadas às chuvas em Juiz de Fora. Nesta terça, o órgão recebeu 124 chamados, entre meia noite e 18h. A Defesa Civil não detalhou os atendimentos, que já tinham chegado a um total de 174 em 24 horas entre a manhã de segunda e a manhã de terça. Segundo a Defesa Civil, neste período, a região Leste foi a que mais teve ocorrências registradas, com 76; seguida pela Norte, com 74 chamados. No total, foram 107 escorregamentos de taludes, o tipo de chamado mais comum, e 18 pontos com ameaça de escorregamento. Apenas entre a noite de segunda e o início da manhã desta terça, foram 52 demandas recebidas pelo órgão.
Um dos pontos de escorregamento foi a Rua Monsenhor Gustavo Freire, na altura do Bairro Dom Bosco, Cidade Alta. O deslizamento aconteceu por volta das 18h de segunda, assustando moradores de residências próximas ao trecho afetado. “Eu estava em casa e escutei estalos de bambu. Quando nós chegamos para ver, tinha desmoronado tudo”, diz Renan Vanzelotti, que reside no local. “Ali, se não tomar providências, vai cair e vai dar problema na casa da frente, porque o espaço é muito curto”, teme Vanzelotti.
No ponto onde ocorreu o deslizamento está situado o imóvel de Gerson Cancini, que mora no local há cerca de 25 anos. Segundo ele, é a primeira vez que acontece um escorregamento de maior gravidade naquele ponto, causando risco a uma das casas que compõem o terreno. Antes, por receio de uma ocorrência do tipo, o proprietário já havia realizado obras de contenção. “Depois de começar o sol, com a cabeça fria, a gente pensa como é que vai fazer. Já pedimos ao pessoal da Defesa Civil para fazer uma avaliação, porque a nossa providência tem que ser de acordo com o laudo da Defesa Civil”, projeta Cancini.
Três pontos seguem interditados
O trecho da Rua Monsenhor Gustavo Freire, em frente ao número 1.200, no Bairro Dom Bosco, onde houve o escorregamento de talude citado acima, continua interditado. Por conta disso, o itinerário dos ônibus foi alterado. As linhas 511 (Dom Bosco), 512 (Dom Bosco), 515 (Dom Orione) e 537 (Jardim da Serra) estão circulando no sentido Centro/bairro pela Avenida Presidente Itamar Franco. Já no sentido bairro/Centro, o itinerário foi alterado para Rua Monsenhor Gustavo Freire, Rua Araguari, Rua Cruzador Bahia e novamente Rua Monsenhor Gustavo Freire. Para os veículos de passeio, a orientação da Secretaria de Mobilidade Urbana é o desvio pela Rua Araguari ou pela Avenida Presidente Itamar Franco. A previsão é de que o trecho seja liberado na quinta-feira (13).
Acesso Norte
O Acesso Norte, na altura do Bairro Industrial, Zona Norte, um dos principais retratos da situação crítica vivida no município, também seguia interditado na noite desta terça. Mesmo com a diminuição das chuvas, alguns pontos do bairro permaneciam alagados, situação que persiste desde a tarde de segunda. Este tipo de ocorrência é tratado com normalidade por parte dos moradores e, em visita da Tribuna à região, foi possível ver residências com tapumes nas portas para evitar a entrada de água. “A gente já está acostumado”, resumiu Moacir Antônio do Nascimento, que mora no bairro há mais de 30 anos e disse não acreditar mais que haja alguma solução para que as enchentes parem de acontecer.
No Linhares, em razão de um deslizamento de talude na Rua Stelina Jesus de Oliveira Ponciano, o trânsito de veículos também foi impedido.
Ponte de Santa Terezinha é monitorada
O trânsito na Ponte Domingos Alves Pereira, conhecida popularmente como Ponte Vermelha, localizada no Bairro Santa Terezinha, chegou a ficar impedido durante a manhã e por parte da tarde, mas, por volta das 17h, foi liberado. De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), a liberação se deu pois as previsões de chuvas fortes para o dia não foram concretizadas. Na última medição do nível do rio, a Defesa Civil informou que a altura da água estava em 3,39m.
A ponte tinha sido interditada pela primeira vez na segunda, por cerca de duas horas, quando o nível do Rio Paraibuna atingiu 3,98m, mais de dois metros acima da altura normal, de 1,40m. De acordo com a Defesa Civil, o nível de água do Rio Paraibuna suportado pelas pontes do município é de 4,35 metros. A pasta ainda afirmou que continuará monitorando as pontes da cidade, realizando interdições, caso necessário.