A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora vai construir dez novos leitos de CTI. As obras serão custeadas com doações feitas por apoiadores do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (PSL), registradas entre os dias 30 de outubro e 13 de novembro. Conforme balanço divulgado pelo hospital na manhã desta segunda-feira (10) foi arrecadado mais de R$ 1,3 milhão, de 54. 905 doadores do Brasil e também do exterior. De acordo com o presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures, as doações continuam a chegar na conta corrente da instituição. Bolsonaro recebeu os primeiros atendimentos no hospital, após ser esfaqueado durante ato de campanha, no Calçadão da Rua Halfeld.
Renato Loures destacou que a unidade de saúde irá receber também R$ 2 milhões de uma emenda de Jair Bolsonaro, feita no último mês, ainda no exercício dele em seu cargo de deputado federal. O montante, segundo o presidente da Santa Casa, será usado integralmente para o custeio do SUS, como a compra de medicamentos, próteses e outros materiais usados em pacientes da rede pública. Segundo Loures, o valor ainda não foi recebido, já que há trâmites burocráticos.
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O presidente da Santa Casa destacou que não foi feito nenhum tipo de campanha para arrecadar o dinheiro, e que todas as doações foram espontâneas. A mobilização teve início após Bolsonaro ser impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de doar as sobras de sua campanha ao hospital de Juiz de Fora. Esse tipo de doação não é permitida pela legislação eleitoral. “É extremamente importante e vem ao encontro com o que a Santa Casa tem buscado nos últimos anos, que é o respeito e uma qualidade no atendimento à população. Estas doações mostram que a população reconhece esta qualidade no atendimento aos pacientes, principalmente os do SUS. Lembrando que Bolsonaro foi atendido aqui pelo SUS, ele chegou à nossa emergência com risco eminente de morte”, destacou. Ainda segundo ele, as novas unidades serão construídas no 5º andar do prédio, e as obras deverão durar seis meses. Ainda não há previsão para o início dos trabalhos.
No total, conforme balanço da Santa Casa, foram doados R$ 1.306.269,90. A instituição não soube precisar quanto chegou depois do balanço. Cada leito, conforme Renato Loures, custará cerca de R$ 150 mil. “Como as doações continuam a chegar, pode ser que a gente consiga montar tudo apenas com este dinheiro”, comentou. A Santa Casa fez este ano, entre janeiro e setembro, uma média de 685 atendimentos por mês de pacientes do SUS.
Reunião em Brasília
O balanço das doações foi entregue a Bolsonaro por Renato Loures no último dia 20, durante encontro em Brasília, que reuniu também outros representantes das Confederações das Misericórdias Brasileiras (CMB). Conforme Loures, o presidente eleito voltou a agradecer a instituição pelo atendimento recebido no dia que foi esfaqueado.
Na ocasião, foi entregue a Bolsonaro uma pauta de reivindicações e propostas que visam melhorias na qualidade do atendimento público no país. Entre os pontos, estão a importância da atuação das Santas Casas e hospitais filantrópicos que, segundo o documento, são responsáveis por mais da metade dos atendimentos do SUS e por quase 70% dos atendimentos de alta complexidade.
Além disso, foi pedida a revisão do modelo de custeio, remuneração e financiamentos das Santas Casas do país e uma solução para o passivo financeiro atual decorrente do subfinacinamento das operações pelo SUS. Segundo o presidente do hospital, a dívida é de aproximadamente R$ 24 bilhões em todo o país. Loures também destacou que a Santa Casa de Juiz de Fora tem uma situação tranquila, já que a dívida é de R$ 36 milhões e há em caixa R$ 34 milhões. “Nossa expectativa com o novo governo é boa e há sinalização de que teremos melhorias na saúde”, finalizou.
Bolsonaro será diplomado hoje pelo TSE
Jair Bolsonaro chega a Brasília nesta segunda para a cerimônia de diplomação com seu vice Hamilton Mourão, às 16h, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Conforme matéria da Agência Brasil, para a solenidade, foram distribuídos 700 convites. Os diplomas são assinados pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, que abre a sessão solene e indica dois ministros para conduzirem os eleitos ao plenário.
A reportagem aponta que a agenda do presidente eleito para esta semana é intensa, inclui reuniões com as bancadas do PSD, DEM, PSL, PP e PSB. Também há conversas com os governadores eleitos de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
As reuniões ocorrem no momento em que Bolsonaro já definiu toda a sua equipe ministerial. Os 22 ministros foram escolhidos. O último nome foi anunciado domingo (9), nas redes sociais, pelo próprio presidente eleito, o advogado e administrador Ricardo de Aquino Salles para o Ministério do Meio Ambiente.
(Errata: diferente do informado anteriormente, as Santas Casas do país devem R$ 24 bilhões, e não R$ 54 bilhões)