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O perigo que vem do alto

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A temporada de chuvas chega trazendo alívio diante do risco de escassez de água e racionamento. Entretanto, a intensidade da sua ocorrência acende o alerta para o perigo das enchentes, alagamentos, desmoronamentos de encostas e desabamentos como os que foram registrados na Zona da Mata e região metropolitana de Belo Horizonte, na semana passada. Também a incidência de raios e quedas de árvores sobre a rede elétrica oferecem alto potencial de risco para a população. “Quando a meteorologia dá o alerta de chuvas localizadas, a nossa preocupação aumenta. Em geral, significa que teremos um grande volume de água concentrado sobre determinada região, em um curto período de tempo”, explica o engenheiro de segurança da Cemig, Demétrio Venício Aguiar.

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Fio partido

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Um dos principais problemas ocasionados por essas tempestades mais concentradas é o seu elevado potencial destrutivo com relação às quedas de árvores e postes, ocasionando o rompimento dos fios da rede elétrica, com risco de morte para os envolvidos. “Mesmo quando a luz da rua está toda apagada, o cidadão não deve, em hipótese nenhuma, se aproximar de um fio partido. Deve permanecer em abrigo e comunicar imediatamente à Cemig ou à prefeitura”, alerta Demétrio. “Só os profissionais habilitados da companhia podem garantir que o sistema está realmente desligado e não há perigo para as pessoas”, diz.

O engenheiro acrescenta ainda que a madeira, verde ou molhada, também atua como condutor de energia, daí a importância de evitar o contato com a árvore caída pois ela pode estar energizada, camuflando a ocorrência de um fio partido, embaraçado em sua copa. O risco é tão grave e elevado que a Cemig considera essa uma ocorrência prioritária. “Quando há um chamado desse tipo, ele passa para o primeiro lugar na lista de atendimentos que a companhia precisa realizar”, conta. Além das chuvas, há outras situações que podem ocasionar o rompimento dos fios, como a colisão de veículos em postes, queda de telhados e tampas de caixa d’água, linhas de pipas e papagaios com substâncias cortantes.

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Atenção ao fio partido sobre a lataria do carro

Se o fio partido atingir a lataria de um carro, por exemplo, o motorista precisa ter calma e não se apavorar. “Basta ficar quieto, abrigado dentro do veículo e chamar a Cemig, imediatamente, pelo celular”, aconselha Demétrio. Já as pessoas que estão nas imediações não devem, de maneira nenhuma, se aproximar do veículo para resgatar quem está lá dentro. “A melhor forma de ajudar é acionando a Cemig”, reitera. O motorista também não deve dar a partida no carro, uma vez que não tem conhecimento da extensão do problema. “Com o movimento, o veículo pode arrastar a fiação, complicando ainda mais a situação ao provocar a queda do poste ou da árvore sobre o carro, com risco de esmagamento” explica o engenheiro.

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Com a casa alagada

Outra condição com potencial de risco elevado é o alagamento e inundação da residência. “Na hora, a pessoa pensa logo em salvar seus equipamentos eletrônicos e, com os pés ou parte das pernas imersos na água, tenta retirar os cabos das tomadas e acaba tomando o choque. Já sabemos que água e eletricidade não combinam. O melhor é desligar o disjuntor e abandonar o local. A vida vale muito mais do que qualquer aparelho”, adverte Demétrio.

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Se a rua estiver inundada, o perigo é a proximidade com a rede elétrica. “Conforme o nível da água sobe, diante da dificuldade de escoamento, a pessoa deve tomar todo o cuidado em não aproximar botes e barcos da fiação. Manter a calma e tomar a decisão certa faz toda a diferença quando o objetivo é preservar a vida”, conclui o engenheiro.

Minas tem alta incidência de raios

Minas Gerais é um dos estados que mais registram a ocorrência de raios por ano. Nos últimos 18 anos, a média é de 935 mil descargas atmosféricas.  Somente em 2016, os raios causaram 34.787 interrupções de energia no estado. De acordo com o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, as características geográficas e meteorológicas contribuem para a grande incidência de descargas atmosféricas.“As regiões mais atingidas, como o Sul de Minas, Zona da Mata e Região Central estão, frequentemente, sob o efeito de fenômenos meteorológicos, como frentes frias e linhas de instabilidade – que provocam as pancadas de chuva fortes e de curta duração que podem causar alagamentos. Outro fator que contribui para a ocorrência de eventos severos é a interação com o relevo, que é bastante complexo nestas regiões”, afirma o meteorologista.

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Juiz de Fora lidera o ranking

Em Minas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Juiz de Fora é historicamente a cidade com maior incidência de raios, com uma densidade de 17,03 descargas por quilômetro quadrado ao ano. Em seguida, vem as cidades de Belmiro Braga e Matias Barbosa, com densidades de 16,74 e 16,63, respectivamente.

 

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