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Ascomcer suspende agendamento de radioterapia

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Atualizada às 16h45

Diante das denúncias de pacientes sobre a demora para a realização de radioterapia, ocorrendo até mesmo a não realização do procedimento, ocasionada pela superlotação, a Ascomcer está suspendendo o agendamento do tratamento até que a situação seja normalizada. Conforme a instituição, a demanda está três vezes maior que a capacidade instalada. A unidade conta apenas com uma máquina, o acelerador linear, para atender todos os 150 pacientes, enquanto o equipamento realiza apenas 90 sessões. “Diante destas denúncias e reclamações, sentimo-nos obrigados a fechar nossa agenda para atender apenas à demanda da capacidade instalada, o que acarretará posteriormente fila de espera no SUS – algo que até então evitávamos por considerarmos o não atendimento pior que o atraso”, afirma a Ascomcer, em nota.

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Camilla Siqueira conta que a mãe, 63 anos, passa por um tratamento contra um câncer de esôfago. Ela realiza as sessões de quimioterapia e radioterapia na Ascomcer. No entanto, tem sofrido para realizar os procedimentos de radio. “O horário da radio da minha mãe é de segunda a sexta, às 22h, mas ela nunca consegue ser atendida antes da meia-noite.” Camilla conta ainda que a mãe já teve que voltar para casa diversas vezes sem realizar a sessão, já que o aparelho passa por diversas manutenções. “A gente vê pessoas idosas, debilitadas, aguardando horas pelo tratamento. A doença já é sofrida, e a pessoa ainda tem que passar por esse situação. É muita falta de respeito.”

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Tratando-se de uma doença em que é preciso lutar contra o tempo, os atrasos prejudicam diretamente o tratamento. No caso da mãe de Camilla, ela está realizando as sessões para reduzir o tamanho do tumor. Só assim será possível operar. “Ela está com oito sessões em atraso. A previsão era para o tratamento ser finalizado ainda este mês. Assim, ela poderia ver se reduziu e operar logo. Mas, com os atrasos, só ano que vem que ela deverá conseguir terminar as sessões.”

Outras unidades
Em Juiz de Fora, duas outras unidades realizam o tratamento de radioterapia: o Instituto Oncológico e o Hospital Doutor João Felício. Conforme o diretor do Instituto Oncológico, Olamir Rossini, em situações normais, a unidade atende a cerca de 80 pacientes, havendo sempre ociosidade de vagas. O mesmo acontece com o João Felício, que trata 30 pacientes. No entanto, o setor de radioterapia do Instituto Oncológico passa por obras de adequação, tendo sido os pacientes encaminhados para tratamento no João Felício. “Nossa máquina foi desinstalada. Após a conclusão da obra, vamos instalar uma nova, de tecnologia avançada, que não tem em nenhum outro lugar em Minas.”
Assim, o João Felício tem atendido cerca de 110 pacientes, utilizando a capacidade total do equipamento. A previsão é que o setor de radioterapia do Instituto Oncológico volte a funcionar em fevereiro do próximo ano. “Este problema de superlotação na cidade é pontual e deve ser rapidamente resolvido”, acredita o diretor.

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