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Empresário é preso por suspeita de dar golpe em mais de 20 pessoas

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Foto: Leonardo Costa

A Polícia Civil apresentou na manhã desta terça-feira (10) um empresário de 34 anos suspeito de aplicar golpes em mais de 20 pessoas este ano com a venda de casas de madeira em Juiz de Fora e região. As investigações apontaram que ele recebia valores e bens como sinal pelas construções, com orçamentos que variavam de R$ 20 mil a mais de R$ 100 mil, mas não cumpria sua parte no contrato. Entre as obras não realizadas estava um projeto de dez chalés em Ibitipoca. O homem é natural de Três Rios (RJ) e recebeu voz de prisão na tarde de segunda, após comparecer à delegacia do Bairro de Lourdes, onde está concentrada a maioria dos inquéritos, registrados nas zonas Leste e Sudeste. Segundo a delegada responsável pelo caso, Larissa Mascotte, somando-se as penas de todos os crimes de estelionato supostamente praticados pelo empresário, ele pode pegar mais de cem anos de reclusão.

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“Ele vendia as casas de madeira e falava que iria iniciar a execução 20 dias após a assinatura do contrato, prometendo entrega em até três meses. Entretanto, essas obras nunca eram iniciadas. Ou então, quando a situação apertava, ele construía a base de alvenaria e depois dava desculpas. A madeira nunca aparecia”, contou a delegada. “O prejuízo é bem vultoso, neste momento não conseguimos mensurar. Cada casa girava em torno de R$ 40 mil, mas havia valores variados. Ele já fechou contrato de mais de R$ 100 mil porque eram três construções diferentes”, detalhou.

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Apenas após a captura do suspeito, mais seis vítimas procuraram a polícia. Com a prisão preventiva expedida pela Justiça, os policiais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão nas residências do construtor, no Bairro Linhares, Zona Leste, e na sede da empresa, que teria iniciado nesse ramo em 2017 no Bairro Vitorino Braga, Zona Sudeste, onde também há um galpão. “Ele não apresentou resistência, mas ficamos atrás dele. Como não conseguimos encontrá-lo, entramos em contato por telefone, e ele se apresentou na delegacia com seu advogado”, explicou Larissa.

Além de dinheiro, o homem recebia bens como garantia para o início das obras, como veículos e terrenos. Durante a operação foram recuperados dois automóveis, um Ford Fusion e um Fiat Uno, pertencentes a vítimas. O empresário chegou a fazer propagandas em meios de comunicação locais para dar mais credibilidade ao seu negócio. Mesmo assim, alegava que o material estava em falta, principalmente a madeira, e desaparecia sem construir a residência, muitas vezes sonhada por seus clientes. “Uma funcionária dele prestou depoimento e disse que desde abril, quando começou a trabalhar com ele, não viu a entrega de qualquer casa concluída”, acrescentou a delegada.

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Apesar de a maioria das vítimas ser de Juiz de Fora, a polícia já contabilizou outras pessoas lesadas em Petrópolis e Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro, e em outros municípios mineiros, como Além Paraíba, Muriaé, Barbacena e Lima Duarte, onde fica o distrito de Conceição do Ibitipoca.

Ameaças com arma e motosserra

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Segundo as investigações, o suspeito e um irmão dele também teriam ameaçado clientes durante a cobrança pelo cumprimento do contrato. “Duas vítimas registraram boletim de ocorrência. Falaram que procuraram o empresário para cobrar a execução do contrato, entretanto, ele ameaçou uma delas, dizendo que portava arma de fogo. Na outra ocasião, o irmão dele estava com uma motosserra ligada e ameaçou a vítima, falando que iria matá-la, assim como seus familiares”, revelou a delegada. De acordo com ela, diante das intimidações, as pessoas acabaram desistindo de registrar o estelionato e também não deram prosseguimento ao crime de ameaça, que é condicionado à representação.

Ainda conforme Larissa, o empresário possui passagens policiais por formação de quadrilha, receptação, estelionato e ameaça. “A intenção de todo estelionatário é induzir a vítima a erro, obtendo uma vantagem ilícita por um meio fraudulento e com artifício ardil, causando prejuízo alheio”, concluiu a delegada, acreditando que o suspeito poderia fechar a empresa e mudar de cidade, caso não fosse preso. O empresário está no Ceresp, à disposição da Justiça.

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