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Comoção marca sepultamento de jornalista juiz-forana

VANESSA ENTERRO
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O enterro da  juiz-forana Maria Vanessa Veiga Esteves, 55 anos, aconteceu no fim da tarde desta quinta-feira (10), no Cemitério Parque da Saudade, em Juiz de Fora, e foi marcado pela comoção por parte de amigos e familiares. Dezenas de pessoas se reuniram para dar adeus à jornalista, vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido na cidade de Brasília (DF), quando ela chegava em casa, na noite de terça-feira (8). O corpo chegou ao cemitério por volta das 16h30 e foi velado por uma hora, quando seguiu para o sepultamento. Entre os presentes, estavam profissionais da imprensa e nomes do cenário cultural juiz-forano, que trabalharam ou estudaram com Vanessa em Juiz de Fora.

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Emocionados, os amigos lembravam de momentos vividos com Vanessa e lamentavam a morte prematura da jornalista. A professora e escritora Leila Barbosa conversou com a equipe da Tribuna e destacou a importância de Vanessa para o cenário cultural em Juiz de Fora. “É uma coisa absurda o que aconteceu. Não tem outro nome. Ela era muito inteligente e foi muito importante na cultura da nossa cidade. A Vanessa foi enriquecedora, era uma pessoa que contribuiu muito e ainda tinha muito a contribuir com a sociedade.”

Em Brasília, um homem, de 26 anos, foi preso e um adolescente, 15, apreendido, suspeitos de participação na morte. A captura de ambos aconteceu menos de 24 horas depois do crime. A jornalista, era servidora do Ministério da Cultura e ocupava o cargo de analista de projetos audiovisuais da Lei Rouanet. Ela foi morta por volta das 23h da última terça-feira (8), quando foi abordada pela dupla, no momento em que estacionava o carro ao chegar ao prédio onde morava, na Asa Norte. Os criminosos abordaram a mulher e, enquanto um a segurou, o outro a esfaqueou pelas costas. Em seguida, eles fugiram. Vanessa morreu antes de o Samu chegar ao local para o socorro.

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O homem foi identificado como Alecsandro de Lima Dias e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. Depois de uma audiência de custódia, a Justiça determinou que o acusado deverá esperar na prisão a investigação. Há cerca de um mês, ele cumpria pena por roubo em regime domiciliar. Na decisão, o juiz Aragonê Nunes Fernandes destacou a necessidade de mantê-lo sob custódia. De acordo o magistrado, o preso representa “claro risco à coletividade”. Alecsandro tem passagens pela polícia desde a adolescência e ficará preso por tempo indeterminado.

Já o adolescente suspeito de desferir as facadas tem, pelo menos, cinco passagens pela polícia, sendo três em 2017. Segundo o jornal Correio Braziliense, o delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laércio Rosseto, descreveu o crime como um ato inconsequente de pessoas que desafiam a lei e não valorizam a vida de terceiros.

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A Polícia Civil encontrou a bolsa e os pertences de Vanessa em um contêiner de lixo na frente do prédio comercial da 208 Norte, onde fica a quitinete na qual os dois suspeitos foram presos. No imóvel, a polícia também encontrou a faca usada no crime. O adolescente teria assumido a autoria da violência e teria dito que, naquele dia, estava com vontade de matar. As roupas usadas pelo rapaz, recolhidas pela Polícia Civil, tinham marcas de sangue.

Trajetória

A notícia da morte da jornalista estarreceu familiares e amigos que ela tinha em Juiz de Fora, onde formou-se na Faculdade de Comunicação Social da UFJF, em 1985. Vanessa era solteira e não tinha filhos. Mudou-se para Brasília há dois anos, depois de ser aprovada em concurso temporário no Ministério da Cultura para o cargo de analista de projetos audiovisuais da Lei Rouanet e ainda fazia mestrado na Universidade de Brasília (UnB). Por cerca 20 anos trabalhou no Canal GNT, no Rio de Janeiro, participando de sua implantação. Ela ainda atuou como coordenadora de programação internacional dos canais Globo Internacional e Globosat, além de editora da TV Cultura e da TV Manchete.
Em nota, a Faculdade de Comunicação da UFJF se solidarizou com familiares e amigos de Vanessa, afirmando: ” Formada em meados da década de 1980, a jornalista teve uma trajetória de sucesso em várias empresas do país e, atualmente, era funcionária de carreira do Ministério da Cultura, onde trabalhava como analista da Lei Rouanet.”

 

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Marcos Araújo e Rafaela Carvalho – repórteres

 

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