Ícone do site Tribuna de Minas

500 policiais militares reforçam vigilância na divisa de Minas com o Rio

deusdeth
DEUSDEDITH
Foco principal das abordagens foram veículos oriundos do Estado do Rio de Janeiro. Um dos pontos de ação foi montado na Avenida Deusdedit Salgado, no Salvaterra. (Foto: Marcelo Ribeiro)
PUBLICIDADE

Os 342 quilômetros de fronteira entre Zona da Mata e Rio de Janeiro receberam, nesta quinta-feira, reforço policial para evitar a migração de qualquer tipo de criminalidade violenta do Rio para Minas Gerais. Ao longo da divisa, que vai do município de Tombos até a cidade de Santa Rita de Jacutinga, foram espalhados 21 pontos de interceptação e cerca de 500 policiais militares, além de viaturas e a aeronave da corporação, dentro da chamada operação Divisa Segura. De acordo com o comandante da 4ª Região de Polícia Militar (4ª RPM), coronel Alexandre Nocelli, o trabalho não está voltado somente para a ostensividade, mas para uma forte atuação com inteligência e alvos monitorados.

Estão sendo focados durante as abordagens veículos oriundos do Estado do Rio de Janeiro. “Queremos mostrar para essa população que estamos com esforços voltados para impedir a migração de criminalidade violenta neste momento em que o aparelho estatal está fazendo ações no Rio contra a criminalidade organizada. Além disso, focamos no sistema prisional e no trabalho de inteligência. São vários pressupostos de atuação que fazem que tenhamos o foco na manutenção na qualidade de vida que temos em Minas Gerais”, considerou o coronel. Em Juiz de Fora, um dos pontos de abordagem estava na Avenida Deusdedit Salgado, no Salvaterra.

PUBLICIDADE

No Rio de Janeiro, equipes da Força Nacional de Segurança, da Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas prestam apoio às operações das polícias Civil e Militar desde 28 de julho. Mesmo assim, conforme apontou matéria publicada nesta quinta-feira (10) pelo jornal “O Globo”, ao longo desses 11 dias, houve aumento na quantidade de roubos de cargas. Levantamento da Polícia Civil fluminense aponta que foram 246 casos. A estatística corresponde a uma média de 22 ocorrências a cada 24 horas. No ano passado, no mesmo período, foram contabilizados 195.

PUBLICIDADE

Em Juiz de Fora, como mostrada em matéria publicada pela Tribuna nesta quinta, motoristas de empresas do ramo de transporte de cargas vivem o drama de enfrentar o medo de roubos nas estradas. De janeiro até agora, foram cerca de 30 casos na rota em direção à capital fluminense, segundo estimativa do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Juiz de Fora e Região. Diante da situação, condutores já estão se negando a fazer o transporte até o Rio.

Números em queda

Na Zona da Mata mineira, composta por Juiz de Fora e outros 85 municípios, conforme dados da 4ª RPM apresentados à imprensa no mês de julho, a criminalidade violenta diminuiu 8,45% e, em Juiz de Fora, houve redução de 14,94%, quando se comparam os números do primeiro semestre de 2017 com o mesmo período do ano passado. Esses percentuais se referem a crimes como estupro consumado, estupro de vulnerável, homicídio consumado e tentado, roubos e sequestro e cárcere privado, entre outros.

PUBLICIDADE

Foi o primeiro registro de recuo de crimes violentos na região nos últimos cinco anos. Mesmo com os números em queda, a sensação de segurança na região, com cerca de dois milhões de habitantes, tem sido abalada com casos de assaltos a agências bancárias e de Correios e explosão de caixas eletrônicos em cidades de menor porte. Tal situação levou a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a solicitar ao Governo de Minas o aumento do efetivo na região, mais viaturas, troca de coletes à prova de balas vencidos, mais munição e outros itens de trabalho para as polícias Civil e Militar.

Nesta quinta-feira, durante o início dos trabalhos da operação Divisa Segura, o coronel Nocelli destacou que esse tipo de operação será constante e, caso haja necessidade, a corporação poderá contar com apoio de tropas de Belo Horizonte. “A PM não trabalha em função de pressão, mas em função da necessidade e da segurança da comunidade. É uma orientação do comando da organização que está preocupado e sensível a essa situação, que também é uma preocupação nossa. Então nosso trabalho está direcionado já há algum tempo, e vamos continuar a fazê-lo”, ressaltou o comandante.

PUBLICIDADE
Sair da versão mobile