Atualizada às 15h33
A Polícia Civil informou na manhã desta quarta-feira (10) que vai solicitar à Vara da Infância e Juventude o acautelamento dos adolescentes suspeitos de participarem do estupro coletivo de duas irmãs, de 11 e 17 anos, ocorrido na última sexta-feira na Zona Leste de Juiz de Fora. De acordo com a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e responsável pelo caso, Ângela Fellet, outros três jovens se apresentaram nesta manhã na delegacia e afirmaram que também participaram da ação violenta. Com isso, chega a oito o número de infratores, com idades entre 12 e 16 anos. Anteriormente, havia sido divulgado pela polícia que dois dos envolvidos teriam apenas 11 anos.
Segundo a delegada, todos os envolvidos prestaram depoimento e contaram a mesma história: “Disseram que foram as meninas que os chamaram para manterem relação. Entretanto, o celular da irmã mais velha, que teria sido roubado e usado como isca para atraí-las até o local, foi localizado e apreendido na posse de um dos menores”, contou Ângela.
Segundo ela, o telefone será periciado para verificar se os vídeos do estupro coletivo divulgados em rede sociais estão neste aparelho. “Mas já pudemos ver que sim”, revelou a delegada. De acordo com ela, o objetivo também é descobrir se o suspeito que portava o celular foi quem fez a divulgação das imagens via WhatsApp. “Eles também responderão por ato infracional análogo ao delito de estupro e estupro de vulnerável, além do ato infracional descrito no Estatuto da Criança e do Adolescente, de divulgar fotos ou vídeos contendo pornografia infantil”, concluiu a policial.
O caso, que também chocou pela idade dos envolvidos, foi descoberto pela mãe das vítimas apenas no domingo, quando ela acionou a PM. Conforme o boletim de ocorrência, a adolescente contou que um dos envolvidos havia ido até sua sala de aula, no nono ano de uma escola estadual, e furtado o telefone. Na saída do colégio, ele teria mostrado o celular em uma das mãos e um canivete na outra, afirmando que se ela contasse sobre o furto para alguém iria feri-la. O suspeito acrescentou que, se a vítima quisesse o aparelho de volta, teria que encontrá-lo às 14h daquele dia na represa do Poço D’Antas. A adolescente seguiu até o local no horário combinado e levou junto sua irmã de 11 anos.
Mediante ameaças com canivete e agressões com chutes e socos, os meninos e os rapazes teriam mantido relação sexual com as vítimas. Elas também foram ameaçadas de morte. Pelo menos três vídeos da ação violenta chegaram ao conhecimento do pai das garotas. Devido ao estupro, as irmãs passaram por procedimentos conforme o Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos).