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Audiência propõe tolerância zero contra infrações no Alto dos Passos

alto dos passos
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Moradores do Alto dos Passos, bairro que tem sido alvo de vandalismo, violência e infrações, deverão comparecer em peso na audiência pública da Câmara Municipal que será realizada na tarde desta quarta-feira (11). O encontro foi proposto pela Comissão Permanente de Abastecimento, Indústria, Comércio, Agropecuária e Defesa do Consumidor e também pelo vereador Zé Márcio (PV). Marcada para 15h, a audiência vai discutir com autoridades os problemas enfrentados pela comunidade residencial que está cercada por dezenas de bares e restaurantes. Em meio à polêmica em torno dos constantes tumultos que têm tirado o sono dos moradores da região da Zona Sul, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Zona da Mata diz, por intermédio de sua representante, que também é vítima da insegurança que toma conta da área, onde é flagrante o consumo de drogas e o uso irregular de bebida para menores de idade.

Para a presidente da Abrasel, Carla Pires, “tudo é um questão de segurança pública”. “Esses assuntos são recorrentes há bastante tempo, e sempre estamos pedindo atuação do Poder Público”. Segundo ela, apesar de a região reunir entre 40 e 50 bares e restaurantes, os distúrbios não costumam ser causados por frequentadores dos estabelecimentos, mas por uma parcela que vai para a rua “fazer vandalismo e tumultuar”. Ela considerou a questão da Copa do Mundo como pontual por se tratar de uma “manifestação popular”, acrescentando ter solicitado às autoridades a instalação de banheiros químicos e gradis, além do reforço da segurança. “A Abrasel se posicionou aos órgãos públicos dizendo que haveria problemas e que esses iriam acabar recaindo sobres os bares e restaurantes. Tentamos fazer um movimento ordeiro, mas infelizmente não conseguimos”, diz, referindo-se à sexta-feira (6), dia do último jogo do Brasil na Copa, quando houve tumulto em função da reunião de grande quantidade de pessoas.

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Sem a organização prévia, os comerciantes conviveram, segundo Carla, com cerca de 80 ambulantes e transtornos semelhantes aos vivenciados pelos moradores, como urina na porta dos imóveis. “Realmente ficou uma desordem, não havia fiscalização para conter os ambulantes e o uso de garrafas de vidro.” De acordo com a presidente da associação, alguns donos de estabelecimentos precisaram usar pulseiras para identificar seus clientes, tamanho o volume de pessoas querendo utilizar os banheiros privados. “Os comerciantes também se sentiram incomodados. Era um momento para se refazerem da crise, mas criou-se uma desordem.”

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Carla destacou a importância dos trabalhos da Polícia Militar e do Comissariado de Menores para reverter a situação, junto com outros órgãos. “Já virou um problema social. Jovens vão para a praça com garrafas de bebida na mão. O problema maior está nas ruas, não dentro dos bares.”
O comandante do 27º Batalhão da PM, tenente-coronel Oterson Nocelli, enfatizou que a questão do Alto dos Passos é histórica. “Todos têm sua parcela de culpa, inclusive os bares. A PM, diante da grande demanda conhecida por todos, tem feito sua parte: operações e ações de prevenção e repressão criminal.” De acordo com ele, apesar dos episódios recentes, houve decréscimo da criminalidade naquela área em torno de 20%. “Mas tem uma questão social muito complicada ali, com moradores em situação de rua e usuários de droga que ficam entre o Alto dos Passos e o São Mateus.”

De acordo com o comandante da 32ª Companhia, capitão Marcus Vinicius de Almeida Castro, há pelo menos uma década a área tem demandas relativas a crimes e perturbação de sossego. “Desde o ano passado, a gente subsetorizou a 32ª Cia, e hoje temos um sargento especificamente responsável pelo Alto dos Passos e outro pelo São Mateus, onde todos os dias fica uma viatura de forma preventiva. A demanda de atendimento de ocorrências é muito alta, em função disso, há certos momentos nos quais a viatura tem que se deslocar. Temos trabalhado em conjunto com outros órgãos acionados pela PM, como o Comissariado de Menores e a Secretaria de Atividades Urbanas. Por mais de um ano, fizemos várias abordagens a bares e congêneres. Na ocasião, muitos foram autuados ou encerraram seus trabalhos. Também temos feito reuniões com a comunidade local para que faça o registro de ocorrências de perturbação de sossego e de flanelinhas. Infelizmente, a população não registra ocorrência. É sempre a PM que está tentando resolver o problema sozinha e nenhum outro órgão tem colaborado sobremaneira. Há necessidade de um trabalho multidisciplinar, conjunto e participação efetiva da população local. Se o fato não for registrado, a PM não tem como demandar os outros órgãos”, explica o capitão.

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