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Ciência da paz

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Num repente, alguém grita: “Não aguento mais!”. Sai batendo a porta, e outro lar foi desfeito. Em momento seguinte, o profissional da educação, emocionalmente perturbado, em voz alta, ralha com o estudante em palavras de desestímulo, e ali é sufocada uma mente criativa. Houve um tempo, em nosso continente, em que os militares e uma parte da população insatisfeita depunham os governos legalmente eleitos, implantando ditaduras repressoras, que o mesmo povo esforçou-se por décadas a fio na reconquista da sonhada democracia. É, somos assim, apressados, querendo tudo ao gosto, ao tempo e à hora que desejamos.

A Doutrina Espírita nos ensina ser o Planeta Terra um mundo de provas e expiações, a morada de espíritos rebeldes para com as Leis de Deus, orgulhosos e egoístas no convívio diário com os semelhantes. Assim, nesse nível, o mundo é por consequência local de aflições e dores, pois colhemos na justa medida tudo o que semeamos.

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Toda dor é um limite estabelecido por algo de que um dia abusamos, é a justiça divina se fazendo educativamente presente em nossa atual encarnação através da Lei de Causa e Efeito. Sabemos que o progresso é da Lei de Deus, por isso é necessária a nossa atenção para a disciplina da existência; e, para todo e qualquer momento de dificuldades, é necessário cultivar e desenvolver a inteligência, esta que no dizer de Emmanuel sintetiza-se na capacidade de perceber as novidades que o mundo e a vida nos apresentam a todo instante. Inteligência, compreensão e resistência emocional, todos esses sentimentos se reúnem em uma só palavra: paciência, que é a ciência da paz.

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Mas como ter paciência diante de tantas aberrações à nossa volta, com um país vendo seus administradores imersos em tamanho escândalo? Allan Kardec escreveu a seguinte mensagem espiritual, nas páginas iniciais do Evangelho Segundo e Espiritismo: “Eu vos digo, são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas em seu verdadeiro sentido, a fim de dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”.

Os tempos chegados estão aqui e agora, momentos em que os fatos cotidianos que nos assombram a moral e fazem tremer as leis surgem no repente, mas de fato resultam da teia de ocorrências do passado que hoje emergem no oceano das consequências inevitáveis da Justiça Divina.

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Cabe a nós aguardar, acompanhando o progresso planetário, mas vivendo e guardando a ética e a moral Cristã no mais elevado conceito e exemplo, educando, ensinando, trabalhando e cooperando com os próximos com a máxima fraternidade.

A vida em progresso requer paciência, e esta conduz à benevolência, que resultará mais adiante em mansuetude. Dessa forma, regidos pela Lei de Causa e Efeito, como imagens de um espelho, os amigos espirituais nos reenviam os reflexos de todas as vibrações e os sentimentos que emitimos; assim, a paciência traduz-se em alegria, amor e paz, que, de tão importantes, Jesus os perpetuou dizendo: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra”.

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