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Motoristas se arriscam e ignoram interdição na Rua José Lourenço

Rua José Lourenço
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Apesar da interdição em parte da Rua José Lourenço, no Bairro Borboleta, na Cidade Alta, motoristas têm criado – e usado – atalhos para desviar das grades de proteção que impedem o trânsito de veículos. Enquanto parte da interdição foi removida por populares no encontro da via com a Rua Augusto Tielman, na outra extremidade, com a Rua Júlio Menini, os condutores estão usando um acesso de terra para conseguir transitar pela José Lourenço. Tais desvios trazem riscos à segurança em ambos os pontos, considerando que o trânsito ocorre de maneira desordenada, e a interdição na José Lourenço foi feita, justamente, como medida de proteção à população, já que o trecho em questão apresenta riscos de escorregamento de terra.

Em poucos minutos no local, a Tribuna flagrou diversos motoristas ignorando as defesas metálicas e as sinalizações para acessar o trecho interditado da Rua José Lourenço. No cruzamento com a Rua Augusto Tielman, por exemplo, houve um momento de confusão entre dois motociclistas, que tentaram evitar uma colisão ao acessar a José Lourenço, ao mesmo tempo que desviavam de um cavalo que transitava no local.

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Enquanto parte da grade de proteção foi removida por populares no encontro da via com a Rua Augusto Tielman, na outra extremidade, condutores usam um acesso de terra para transitar pelo trecho (Foto: Felipe Couri)

O desordenamento no trânsito é ainda mais significativo no encontro com a Rua Júlio Menini. A via está totalmente interditada, porém, os motoristas utilizam um atalho por meio de um barranco. Vários condutores se arriscam pelo acesso de terra para encurtar o caminho, porém, por ser um trecho improvisado, não há sinalização, nem visão apropriada de quem transita pelo local. Até o passeio de pedestres se tornou um atalho, já que, em diversos momentos, motociclistas utilizam a calçada para desviar das grades de proteção.

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Enquanto a Rua José Lourenço permanece interditada, a Rua Tenente Paulo Maria Delage, atualmente, exerce o papel de via principal da região, possibilitando acesso ao Bairro Borboleta. Porém, apesar dessa possibilidade, muitos condutores insistem em transitar na José Lourenço, de acordo com Cristiano Nery, comerciante local.
“A movimentação aumentou bastante nessa rua, tem tráfego pesado de caminhões. O pessoal usava a rua de cima (José Lourenço), mas a Prefeitura vem e coloca a barreira, mas vão lá e tiram a força”, conta. “O asfalto é muito irregular e está abandonado tem tempo”, comenta sobre a José Lourenço.

Moradora da Rua Tenente Paulo Maria Delage, Neidimar Scolarick diz que constantemente vê motociclistas tomarem o atalho de terra, não tendo observado carros fazendo o mesmo. “São esses motoqueiros que entregam lanche, tem muita gente que mora lá”, conta.

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O mesmo é apontado por Márcio Antônio de Souza, que trabalha no Bairro Borboleta. Ele relata que os carros costumam entrar na via no encontro com a Rua Augusto Tielman, porém, descem pela Rua Antônio Estefan para acessar a Tenente Paulo Maria Delage. “Tem bastante tempo que está interditada. Arrumam, mas o negócio cai de novo. A rua está cheia de mato e de buraco”, diz.

Apesar de ser menos frequente do que no caso das motos, a Tribuna observou que automóveis também utilizam o acesso. Diversos flagrantes da reportagem mostram os condutores se arriscando pelo trecho.

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Situação de abandono na Rua José Lourenço

A interdição do trecho da Rua José Lourenço aconteceu em agosto de 2021, por conta de riscos de escorregamento de terra identificados pela Defesa Civil. A situação foi identificada por meio de trabalho de georreferenciamento, quando, naquele momento, as chuvas agravaram o cenário.

Para quem vive no trecho interditado, a reclamação é voltada à situação de abandono da rua, que foi tomada por buracos e matagais. Conforme relatado por Alice Clemente, moradora da região, há também deficiência em alguns serviços, como de transporte público e coleta de lixo, considerando que os veículos não acessam a rua.
“Existem buracos aqui que impedem o caminhão de subir e descer, aí o lixo que não se recolhe lá para cima, é jogado em terreno baldio, aumentando o risco de dengue, rato”, exemplifica. “É uma área problemática, porque são muitas famílias e todo mundo depende de ônibus e de limpeza, mas a rua está sempre suja, não passa nem carro de polícia aqui.”

A Tribuna questionou a Prefeitura de Juiz de Fora sobre a situação envolvendo o trânsito na região, bem como sobre a solução para os problemas que levaram à interdição da José Lourenço. Em nota, a Administração municipal informou que o projeto para obras de contenção na via está em fase de elaboração.

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“Com relação ao trânsito na via, as defesas metálicas e a sinalização de interdição do local foram instaladas para a segurança da população. Todas as vezes que as mesmas sofrem vandalismo são repostas”, aponta.

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