Um tumulto registrado, na manhã desta terça-feira (10), na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Bairro Santo Antônio, Zona Sudeste de Juiz de Fora, acabou por interromper o atendimento no local. A reabertura está prevista apenas para esta quinta-feira (12). De acordo com informações da Polícia Militar, um homem de 22 anos que estaria aguardando assistência se exaltou na sala de espera e xingou os servidores do posto. Ele ainda teria arremessado uma garrafa de café perto de outros usuários. Antes de sair, ainda ameaçou voltar com uma arma de fogo. O jovem foi identificado pelos militares que fizeram buscas, mas não conseguiram encontrá-lo. De acordo com o sargento José Santos, responsável pelo acompanhamento do caso, os funcionários estavam assustados e decidiram fechar a unidade.
Um cartaz foi afixado na porta informando: “A UBS encontra-se fechada por motivo de violência contra as equipes.” A assessoria da Secretaria de Saúde esclareceu que o paciente chegou ao posto com uma queixa de falta de mobilidade nas mãos e com uma ferida já fechada. “Ele foi atendido rapidamente pela equipe da unidade. Durante o atendimento, ele foi informado que necessitaria de uma avaliação do médico e, se fosse necessário, seria encaminhado para o ortopedista. Nesse momento, o usuário ameaçou e agrediu verbalmente a equipe, jogando a garrafa contra os profissionais.” Ainda em nota, a Secretaria reiterou que a PM foi acionada e que a Subsecretaria de Atenção Primária à Saúde tomou medidas de proteção à integridade dos servidores da UBS do Bairro Santo Antônio.
“A UBS foi fechada em virtude da explícita ameaça do usuário que afirmou que voltaria com uma arma de fogo ao local. A Secretaria de Saúde acionou as medidas de segurança para proteção dos servidores e usuários que utilizam a unidade. A UBS reabrirá na quinta-feira, 12, com apoio da Guarda Municipal.”
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu/JF), Amarildo Romanazzi, a mesma sensação de insegurança, que atinge a população de maneira geral, também impacta os servidores municipais. “Eles ficam expostos em muitos bairros e muitos têm medo de denunciar e se contêm. Fiquei até surpreso com esse caso, por eles registrarem o fato. Eles tomaram as medidas que, geralmente, nós orientamos: fazer o boletim de ocorrência, fechar a unidade e aguardar que as ações para garantir a integridade e a segurança sejam tomadas.” Romanazzi ainda diz que esse tipo de problema costuma não ser uma questão de trabalho. “Na maioria das vezes, é o sistema. Quando alguém tenta marcar uma consulta e não consegue por algum motivo, o usuário acaba atribuindo a responsabilidade ao servidor. Assim como em outros espaços, esses desentendimentos têm gerado reações agressivas e extremas, como nesse caso.”