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Grupo protesta em frente ao Hospital João Penido

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Há quatro anos, o Hospital Doutor João Penido interrompeu o atendimento de urgência e emergência. Para lembrar o fechamento e cobrar um posicionamento sobre a retomada do serviço, um grupo de moradores e lideranças da Zona Nordeste fizeram uma manifestação na porta da unidade na manhã desta terça-feira (10). Segundo os presentes, a cobrança é permanente e se tornou mais incisiva após audiência realizada em outubro do ano passado, quando a Prefeitura propôs que a unidade pudesse voltar a realizar esse tipo de atendimento.

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“Ficamos animados com o envolvimento da Prefeitura, que, até então, não tinha lançado nenhuma sugestão a respeito”, disse, o conselheiro tutelar e membro do Conselho de Segurança da região Nordeste, Laurindo Rodrigues. Segundo ele, no ano passado, a PJF se dispôs a retomar o serviço com um gasto anual de R$ 600 mil. Agora, esse valor chegaria a R$ 1,8 milhão por ano. Mas, segundo o conselheiro, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) está exigindo R$ 1 milhão por mês para voltar com o atendimento. Laurindo destacou que o Conselho Tutelar encaminhou um ofício chamando a atenção do governador Fernando Pimentel (PT) sobre o impasse.

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“São cerca de 70 mil pessoas que ficam desassistidas e não temos ideia do que seria feito com esse dinheiro. Não há uma planilha demonstrando em que seria gasto. Aguardamos a Fhemig mostrar a necessidade de todo esse montante, para continuarmos as negociações”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Bairro Quintas da Avenida e diretor do conselho deliberativo do Consep Nordeste, Reginaldo Augusto Picole.
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Granjas Bethânia, Diego Alexsandro Pereira, ressalta a relação histórica entre a comunidade da região e o hospital. “O João Penido é uma referência para nós. Queremos a reativação de todos os atendimentos e gostaríamos que a administração se posicionasse de maneira favorável.”

A maior preocupação da população do entorno, conforme o conselheiro da Região Nordeste e presidente da comissão que acompanha as negociações, José Roberto da Silva, é a falta de um lugar que atenda a população após as 17h. “Temos unidades básicas de saúde na região que atendem até esse horário. Em algumas, os médicos fazem 40 horas semanais, em outras, não há atendimento à tarde, porque os médicos fazem apenas 20 horas. São detalhes que também precisamos levar em consideração. O nosso foco são as pessoas idosas, as gestantes e as crianças, que são a maior demanda que temos.” Ainda, segundo José Roberto, caso as manifestações não levem a um avanço, o caso será levado à Belo Horizonte. Os representantes também não descartam a possibilidade de acionar o Ministério Público, mas o desejo deles é conseguir encaminhar a situação por meio do diálogo.

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Fhemig se posiciona
Por meio de nota, a Fhemig reforçou que o serviço de porta generalista 24 horas demandaria uma estrutura de equipamentos, materiais e recursos humanos indisponível no momento. “Existem limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que impedem novas contratações. Além disso, a proposta de repasse de recursos feita pela Prefeitura de Juiz de Fora foi considerada inviável pelo corpo técnico do hospital, diante dos serviços que serão demandados.” Ainda segundo a fundação, o município tem gestão plena do SUS, por isso, compete à Prefeitura buscar meios de organização da rede de atenção básica e efetivação dos serviços de atendimento às urgências.

A Fhemig ainda afirmou que o hospital está em pleno funcionamento dos serviços, que hoje são contratualizados com o município. Estão incluídos, segundo a nota: internações adulto e infantil; cirurgias; atendimento de ambulatório, que realiza cerca de 2.500 consultas ao mês; centro de reabilitação; maternidade 24 horas, que é referência para gestação de alto risco; atendimento de laboratório; e exames de imagem (ultrassom, raio X, ecocardiograma e tomografias). A Fundação também frisou que ofereceu espaço físico do Hospital Regional João Penido para que a gestão municipal implantasse o devido atendimento à população, contanto que a prestação de serviço fosse gerida pelo município, com pessoal e estrutura próprios.

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