A possibilidade de contaminação por dengue em transfusões de sangue foi tema de uma audiência realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última quarta-feira (9). A discussão foi motivada pela morte da jovem Janaína Carvalho, 21 anos, em Juiz de Fora. Ela realizava tratamento contra leucemia quando recebeu transfusão de uma doadora que teve dengue, situação somente verificada dias após a doação.
Conforme especialistas presentes na reunião, são poucos os casos de dengue por transfusão. No entanto, são poucas também as pesquisas médicas sobre o assunto. Presente na audiência, a presidente da Fundação Hemominas, Júnia Guimarães Mourão Cioffi, afirmou que a triagem realizada pelo órgão é muito rigorosa e que o doador deve comunicar qualquer sintoma que ocorrer nos sete dias após a doação. Durante a sessão, Júnia apresentou um estudo, realizado em 2012, quando hemocomponentes de cerca de 40 mil doadores que apresentavam sintomas da dengue foram transfundidos em 45 pacientes. Desses, apenas seis apresentaram sintomas brandos de dengue.
A presidente do Hemominas contou que o exame realizado com soro da paciente falecida deu negativo para dengue, mostrando que a doença não foi transmitida e a causa da morte foi atribuída à leucemia mieloblástica recidivada, com sinais de infecção fúngica.