Os dois principais hospitais conveniados ao SUS em Juiz de Fora, Santa Casa de Misericórdia e Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), estão com as cirurgias eletivas suspensas para tentar absorver a demanda do Hospital de Pronto Socorro (HPS), que teve o Centro Cirúrgico e a Central de Materiais Esterilizados (CME) interditados na última sexta-feira.
De acordo com o gerente-geral do HMTJ, Marco Antônio Almeida, a instituição está trabalhando em sua capacidade máxima, com uma reserva mínima operacional para o atendimento da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião Sudeste. “Na internação masculina, há três leitos vagos e, na feminina, somente um. Normalmente, trabalhamos com dez leitos livres. Se ocorrer um desastre, toda alta complexidade vem para cá, e não teremos leitos para atender.” Além destes, há três leitos pediátricos, oito obstétricos e três ginecológicos, um número baixo para uma maternidade porta aberta, segundo o gerente-geral. Ele ainda ressalta que a unidade está operando com ocupação 70% acima do normal.
Marco Antônio demonstra preocupação com a suspensão das cirurgias eletivas – que são agendadas com antecedência – e com a baixa rotatividade dos leitos. “Não sabemos o que será feito. Isso vai criar um caos, pois serão acumuladas as cirurgias eletivas que não foram feitas com as que estão surgindo.”
[Relaciondas_post] A situação dos hospitais vocacionados para dar suporte ao HPS só deve melhorar após a Vigilância Sanitária do município liberar as cirurgias no pronto-socorro. Foi estabelecido um prazo de dez dias após a visita para que a Secretaria de Saúde apresente as adequações. O prazo termina no próximo domingo. “A liberação dependerá da agilidade da Secretaria de Saúde de se adequar de forma satisfatória. Pode ser que, a qualquer momento, a unidade retorne aos atendimentos cirúrgicos se estiver dentro das normas”, explicou o chefe do Departamento de Vigilância Sanitária, Lucas França.
A subsecretária de Urgência e Emergência, Adriana Fagundes, contou que, todos os ajustes solicitados pelo órgão, estão em andamento. “Acredito que, antes do dia 15, conseguiremos dar uma resposta à Vigilância Sanitária. Fizemos um plano de ação frente às demandas da vigilância. Nos pontos estruturais, as obras estão em andamento, fazendo os reparos solicitados. O processo de licitação dos medicamentos e insumos já foi finalizado, e estamos recebendo os produtos.” Já a Central de Materiais Esterilizados (CME) está sendo validada pela vigilância. Adriana explicou ainda que não foi preciso remanejar os funcionários, pois não houve redução de serviço. “Nós tivemos uma reestruturação de quantidade e tipo de paciente. Mas não foi preciso fazer adequação de funcionários. Até porque, temos a demanda espontânea por atendimentos clínicos, e a população tem direito de ter o profissional disponível para fazer o atendimento.”