Pelo menos quatro coletivos urbanos foram apedrejados na noite de quinta-feira (9) quando passavam pela Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, altura do Bairro Jóquei Clube, Zona Norte de Juiz de Fora. Duas passageiras se feriram, sendo que uma delas teve luxação no braço. Ainda não se sabe qual a motivação para a ação criminosa, mas a suspeita das polícias Militar e Civil é que seja vandalismo. A Polícia Civil já abriu inquérito para apurar o caso e busca imagens que ajudem a identificar os criminosos.
Segundo o comandante da 269ª Companhia da PM, tenente Aloísio Vargas, quatro ocorrências distintas foram registradas na noite de quinta. Em três delas, os condutores dos coletivos foram até a sede do 27º Batalhão, que fica um pouco a frente do local do apedrejamento, ocorrido por volta das 22h. Não se sabe se outros ônibus foram atingidos, já que só quatro procuraram a polícia. Leitores da Tribuna relataram que outros quatro ônibus teriam sido atingidos durante a ação criminosa.
Uma das ocorrências policiais aponta que uma passageira, 22, que estava na linha 719 (Nova Era) se feriu dentro do coletivo. Conforme o relato do condutor, ele foi surpreendido pelas pedras quando trafegava no sentido Centro/bairro, perto de uma passarela que fica ao lado do Parque de Exposições. Os criminosos estavam na linha férrea. As pedras atingiram o vidro traseiro no lado direito.
A passageira foi levada para a UPA Norte, em Benfica, onde foi constatada uma luxação no braço direito. Ela ficou na unidade médica para ser atendida. O veículo foi levado para a delegacia para ser periciado.
A outra passageira que se machucou, 32 anos, estava na linha 735 (Vila Esperança II). Conforme o documento policial, o coletivo foi atingido no mesmo ponto. O condutor se deparou com uma viatura e relatou o ocorrido. Segundo o trabalhador, um vidro lateral direito foi atingido por pedras. Os militares socorreram a jovem também até a UPA Norte, onde foi diagnosticada com uma lesão no olho, possivelmente causada por um estilhaço de vidro.Ela foi medicada e liberada.
As outras duas linhas apedrejadas foram as 757 (Benfica/Jardim Bom Jesus) e 718 (Ponte Preta). Ambos os condutores dos coletivos disseram aos policiais que também foram atingidos quando passavam perto do Parque de Exposições. A linha 757 teve vidros da porta do meio da lateral direita e um vidro da parte traseira danificados. Já o ônibus que fazia a linha 718 foi atingido nos vidros da parte da frente. Ninguém que estava nos veículos se feriu. Os motoristas não conseguiram identificar quem seriam os autores do vandalismo.
Helicóptero da PM fez buscas por suspeitos
Tenente Aloísio Vargas destacou que assim que comunicada dos crimes, a Polícia Militar deu início as buscas pelos criminosos. O rastreamento contou com o apoio do helicóptero Pégasus. “Várias viaturas foram empenhadas no rastreamento também, mas como os autores estavam na linha férrea, as buscas apenas por terra ficam prejudicadas, por ser um local escuro e que não é possível acessar com as viaturas. Além disso, com o tempo gasto para que os motoristas chegassem até o batalhão para registro da ocorrência, os criminosos já poderiam estar longe. O Pégasus foi acionado e auxiliou nas buscas, mas ninguém foi pego até o momento”.
Segundo o oficial, não há nenhuma motivação aparente para o crime, como uma retaliação ou briga entre gangues. Até o momento, a hipótese é que tenha ocorrido vandalismo.
Polícia Civil
Titular da 3ª Delegacia Distrital, o delegado Rodolfo Rolli vai abrir inquérito para apurar o ocorrido. Segundo ele, a princípio, não há nenhuma motivação para que o crime tenha ocorrido. “Em um levantamento inicial, fica claro que não houve nenhuma briga de gangue, homicídio ou outros casos que possam ter desencadeado esta ação como forma de retaliação, o que aponta que foi mesmo vandalismo”, disse Rolli. Ele ainda destacou que irá buscar imagens dos coletivos e de casas ou comércios próximos que possam ter flagrado a ação criminosa e ajude a chegar aos suspeitos.
A Astransp, por meio de sua assessoria, informa que as empresas lamentam o episódio, em especial pelo fato de haver feridos, “mas não tem como fazer juízo de valor em relação a motivação dos envolvidos”. A entidade acrescenta, ainda, que “acredita que a polícia, que já levanta e apura os fatos, conseguirá identificar o ocorrido a fim de, posteriormente, se atuar nas causas desta situação tão atípica em Juiz de Fora”.