Mais uma fuga de adolescente que cometeu ato infracional e estava acautelado no Centro Socioeducativo aconteceu em Juiz de Fora. Esse já é o segundo caso em menos de um mês, revelando a fragilidade da segurança desses jovens durante atividades externas. O fato mais recente aconteceu na tarde de segunda-feira no Campus da UFJF, mas a ocorrência só foi registrada na manhã de ontem, quase 20 horas depois. Um agente socioeducativo, supervisor da unidade, relatou à PM que o adolescente, 16 anos, havia sido levado para o Campus da UFJF, junto com outros dez acautelados, para uma visita à Faculdade de Educação Física. Logo ao desembarcar da viatura, por volta das 15h, ele correu em direção a uma mata, desaparecendo.
O boletim foi registrado pelo supervisor na sede da 173ª Companhia da PM, na Zona Norte. Ele acrescentou que o grupo estava acompanhado por três agentes socioeducativos e pelo professor do projeto denominado “Superação”. A Tribuna tentou contato com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por meio de e-mail e telefone, para questionar os procedimentos adotados em relação ao caso, mas não obteve retorno devido ao feriado municipal na capital mineira, em comemoração ao dia de Nossa Senhora Imaculada Conceição.
Na semana passada, a apreensão de um adolescente, 15, suspeito de homicídio no Bela Aurora, Zona Sul, trouxe à tona a fuga dele, no dia 9 de novembro, quando havia sido levado por agentes socioeducativos para uma audiência na Vara da Infância e Juventude. Recapturado, o jovem confessou ter disparado os vários tiros de pistola 9mm que mataram o rapaz, 22. Ele ainda admitiu ter cometido outro assassinato desde sua fuga.
O adolescente foi apreendido na Vila Olavo Costa, Zona Sudeste, junto com a pistola 9mm usada no crime, carregada com 17 munições. Ele detalhou com frieza o homicídio no Bela Aurora e, conforme a PM, não soube nem dizer o nome da vítima, deixando evidente que havia atuado como matador.
O adolescente foi reconduzido ao Centro Socioeducativo por meio de mandado de busca e apreensão, que havia sido expedido pela juíza da Vara da Infância na ocasião da fuga. Em relação ao caso, a Seds informou, na última quinta-feira, que o jovem estava acautelado por latrocínio (roubo seguido de morte). Ainda conforme a secretaria, a escolta foi realizada por agentes e seguiu o procedimento padrão. “Os casos de reforço policial são decididos em casos excepcionais, não baseados no ato infracional do jovem e sim em outras ações, como comportamento, risco de resgate”, finalizou a Seds.