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Polícia Civil vai investigar morte de idoso na Zona Sul

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Idoso já teria sido furtado outras vezes, mas não foram registradas ocorrências anteriores por medo de represálias (Foto: Arquivo Pessoal)
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A Polícia Civil vai investigar a morte de um idoso de 80 anos, encontrado por familiares sem vida dentro de casa, na noite da última segunda-feira (5), com lesões perfurocortantes no tórax e um corte contuso na cabeça. O caso aconteceu no Bairro Bela Aurora, na Zona Sul de Juiz de Fora, e foi registrado pela Polícia Militar como encontro de cadáver, mas a família de Sebastião de Oliveira acredita se tratar de latrocínio (roubo seguido de morte). Parentes deram falta de todo o dinheiro, celular e aliança de ouro pertencentes à vítima. Além dos ferimentos, o atestado de óbito apontou politraumatismo como causa do falecimento do aposentado.

De acordo com o registro policial, uma filha da vítima, 45, começou a desconfiar de que algo pudesse ter acontecido após não conseguir contatar o pai pelo telefone, como costumava fazer todos os dias. Ela pediu a um vizinho para verificar se o idoso estava na residência e foi informada que todas as luzes do imóvel estavam acesas. Este não seria um hábito do morador e causou estranhamento aos familiares, os quais decidiram seguir até o endereço, na Rua Pedro Castegliani.

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Os parentes encontraram a porta da cozinha aberta e, ao entrarem na casa, viram Sebastião caído no chão do quarto, aparentemente já morto. O Samu foi acionado e confirmou o óbito, informando que a vítima apresentava rigidez cadavérica e estava com dois cortes no tórax, além de um corte contuso na cabeça.

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A Perícia da Polícia Civil também realizou os levantamentos no local e, conforme a PM, relatou não ter sido possível afirmar se os ferimentos eram provenientes de alguma arma branca, como faca, ou de uma possível queda. Também não foram encontrados pela perícia sinais de arrombamento no imóvel, mas o telefone fixo estava com o fio cortado. O corpo foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML) e liberado ao meio-dia de terça-feira (6). Sebastião foi sepultado às 16h do mesmo dia no Cemitério Municipal.

Em entrevista à Tribuna, a filha da vítima contou que, desde o primeiro momento, percebeu se tratar de morte violenta. “A janela de um dos quartos estava forçada, e havia marca de barro no sofá que fica embaixo. Foi crime mesmo. Pela distância da cama em relação ao guarda-roupa, não teria como meu pai ter subido na beirada da cama para pegar algo no armário. Normalmente usava uma cadeira para isso. Achamos mesmo que ele levou facada.” Nenhum vizinho teria escutado barulho ou percebido movimentação suspeita.

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A mulher revelou que o idoso não gostava de guardar dinheiro no banco e já teria sido furtado outras vezes, mas não foram registradas ocorrências anteriores por medo de represálias. “A chave da cozinha estava na fechadura pelo lado de fora. Acho que o ladrão pode ter entrado junto, ou meu pai o encontrou lá dentro quando chegou”, analisou a filha. Ela lamentou o fato de o aposentado e viúvo não ter aceitado ir morar com ela.

“Ele tinha boa saúde, era muito ativo e independente. Só fazia o bem, era caridoso, e todos do bairro sabiam disso. Mas perdeu a vida por ser uma pessoa boa, que confiava nos outros.”

Ao procurar saber o andamento das investigações na Polícia Civil, a família foi informada que o inquérito será instaurado na semana que vem. “As investigações vão começar na segunda-feira, porque o caso estava parado por ter sido registrado como encontro de cadáver, e não como homicídio por arma branca. Até agora, acredito que houve descaso. Mas espero que a Justiça seja feita, que seja honrada a memória do meu pai.” A assessoria da Polícia Civil não confirmou por qual delegacia o caso será investigado.

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Idoso é agredido com barra de ferro enquanto dormia no Bairu

Outro crime violento contra idoso foi registrado pela PM na quinta-feira (8), no Bairu, na Zona Leste de Juiz de Fora. O caso aconteceu durante a madrugada na Rua Professor Francisco Faria. O morador ficou ferido após ser agredido com golpes de barra de ferro durante um roubo. O ladrão teria pulado o muro lateral da residência e quebrado um pedaço de vidro da porta da lavanderia, para ter acesso ao trinco de uma janela, por onde entrou. Em seguida, arrombou a porta da cozinha.

O idoso foi surpreendido pelo criminoso enquanto dormia em seu quarto e já teria sido logo agredido com um golpe na cabeça. A barra de ferro também foi usada em outras agressões pelo corpo. O assaltante roubou R$ 300, além de um celular, e fugiu após a ação violenta.

A PM foi acionada e encontrou, na cobertura da residência, objetos pessoais que pertenceriam ao criminoso, incluindo peças de roupa, relógio, carteira e celular. O ladrão foi identificado como sendo um homem de 32 anos, morador da Zona Nordeste, mas ele não foi localizado durante rastreamento. A vítima foi socorrida pelos familiares para atendimento médico e, conforme a PM, não sofreu lesões graves. A ocorrência seguiu para investigação na Polícia Civil.

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Dois casais da terceira idade também foram vítimas

Pelo menos outros dois casos de idosos feitos reféns dentro de suas próprias casas foram registrados pela PM em outubro, em pleno Mês do Idoso. No dia 30, um homem, 72, e a esposa, 65, foram rendidos por três criminosos quando estavam no segundo andar da residência onde moram, em um condomínio na Avenida Senhor dos Passos, no Bairro São Pedro, Cidade Alta. O trio usava touca ninja, e dois dos ladrões estavam armados, com revólver e faca.

As vítimas ficaram sob a mira da arma de fogo, enquanto os bandidos vasculhavam a casa à procura de objetos de valor. Eles roubaram quatro TVs de 42 polegadas, notebook, celular e R$ 100, fugindo em seguida pelo muro dos fundos do imóvel. Os assaltantes teriam conseguido entrar pelo mesmo local, que faz divisa com uma mata. Ninguém foi preso.

Já no último dia 17, outro casal de idosos teve a residência invadida por dois bandidos armados na Rua Tiradentes, no Bairro Santa Helena, região central. A dupla arrombou a porta da sala e entrou na casa usando capacetes. Um comerciante, 91, e uma mulher, 81, foram ameaçados com arma de fogo, enquanto os ladrões perguntavam por cofres, exigindo joias e dinheiro. Os homens conseguiram roubar R$ 450 e dez garrafas de vinho.
Antes da fuga, os ladrões ainda tentaram empurrar os moradores para o interior de um quarto. Eles saíram pela porta de acesso à garagem e embarcaram na moto em que teriam chegado ao endereço. Nenhum suspeito foi encontrado. Os crimes são investigados pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos.

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As ocorrências recorrentes alertam para a necessidade de laços de proteção em torno da população idosa, seja por meio de familiares, amigos e vizinhos ou pelas instituições de apoio. Desde 2016, Juiz de Fora conta com uma delegacia especializada, criada para otimizar e proporcionar um atendimento mais humanizado ao idoso. Denúncias sobre suspeitas de crimes contra essas vítimas podem ser feitas de forma anônima pelo número 181, do Disque-Denúncia Unificado (DDU), ou diretamente no Núcleo de Atendimento ao Idoso da Polícia Civil, que funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, no Santa Cruz Shopping (Rua Jarbas de Lery Santos, Centro). Só no ano passado, o núcleo registrou mais de mil atendimentos.

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