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Caminhão tomba e atinge casa na Antônio Dias

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Placa afixada em poste indica proibição de tráfego de caminhões na via. (Foto: Olavo Prazeres)
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Um caminhão carregado com lajotas bateu contra uma casa e tombou, quando subia a Rua Antônio Dias, ligação entre os bairros Poço Rico e Granbery, na região central da cidade, no início da manhã desta quinta-feira (9). Uma menina, que completou 7 anos nesta quinta, e seu irmão, 10, dormiam no cômodo atingido pelo veículo. Ambos sofreram escoriações leves nos membros superiores e foram encaminhados ao Hospital Albert Sabin. Conforme a assessoria de imprensa da unidade, eles foram medicados e seriam liberados no mesmo dia. Em menos de um mês, este é o segundo tombamento de caminhão que acontece na via. Na ocorrência desta quinta, a Defesa Civil foi acionada para avaliar a estrutura da edificação atingida e concluiu que não havia risco para os outros cômodos. O Corpo de Bombeiros empenhou três viaturas para atender a ocorrência, e a Settra enviou agentes para controlar o trânsito. Até o fechamento desta edição, o tráfego de veículos permanecia interditado na via.

Os bombeiros fizeram a contenção do caminhão, da carga e do combustível, que chegou a vazar pela rua. Os militares também retiraram a bateria do veículo para evitar risco de incêndio. O caminhão, com placa de Betim, levava materiais de construção até uma obra na Rua Dona Maria Evangelista, realizada pela MWN Incorporações. Todavia, não teria conseguido fazer a curva e voltado de marcha a ré, atingindo a casa. Com o impacto, a parede do imóvel ficou destruída.

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O trânsito de caminhões é proibido neste trecho da Rua Antônio Dias, conforme indica uma placa afixada em um poste logo no início da subida, na esquina com a Rua Osório de Almeida. De acordo com a Settra, a infração é considerada média, e a multa para quem desrespeita a restrição é de R$ 130,16. Por causa disso, segundo o comandante do Pelotão de Trânsito da Polícia Militar, tenente Marcus Leandro Silva, a empresa responsável pela obra precisa de uma autorização da Settra para que caminhões levem materiais ao local. Neste caso, é preciso avaliar o peso da carga e, se necessário, fazer a entrega de forma fracionada para que não haja risco na operação.

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Sem autorização para subir via

A Settra informou que não constava em seus registros autorização de acesso do veículo até o canteiro de obra. De acordo com a pasta, é necessário apresentar à secretaria um relatório técnico para viabilizar o transporte de materiais ao empreendimento interessado em vias que possuam algum tipo de restrição. O referido relatório necessita ter Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Crea), atestando que o veículo com a respectiva carga está apto a acessar o local. Após apresentação desse documento, é emitida uma autorização para seu deslocamento em dias e horários programados junto ao departamento responsável pela emissão do mesmo.

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Em relação à fiscalização, se o veículo for flagrado cometendo a infração, o condutor é abordado, quando possível, e o veículo é autuado, além de ser realizada operação de trânsito para promover a retirada. Segundo a Settra, quando não é possível abordar o condutor, apenas a autuação é emitida. No caso em questão, o veículo foi autuado pela Polícia Militar tendo em vista que a mesma chegou primeiro ao local e assumiu a ocorrência.

Um representante da construtora, que estava na obra e pediu não ser identificado, afirmou que a empresa orienta os motoristas a não subirem a rua com carga acima de nove toneladas. Ele apontou que, possivelmente, o caminhão que se acidentou, o segundo a subir a via para deixar material nesta quinta-feira, estava acima do peso estipulado. O primeiro teria fracionado a carga para acessar o canteiro de obras. Sobre a casa atingida, o representante da construtora disse que a empresa irá arcar com todos os custos de reforma do imóvel e que dará assistência aos moradores.

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Isso sempre nos preocupou, esta via não tem condições de receber estes veículos, tem dias que passam muitos aqui. Eles sobem com muito peso, a curva que precisam fazer para acessar a obra é muito fechada também. Além disso, a via está sempre suja, e os detritos podem deixar o asfalto escorregadio, aumentando o risco de acidente. Depois de pedirmos, foi colocada até uma placa na entrada da rua indicando a proibição. Mesmo assim, eles continuam a subir

Alexandre Reis, presidente da associação de moradores do Poço Rico

No fim da tarde, a Tribuna entrou em contato pelo telefone de atendimento da MWN Incorporações para atualizar as informações, mas foi informada que a pessoa responsável estava em reunião e não podia atender. O jornal deixou contato para que o responsável retornasse a ligação, o que não ocorreu até o fechamento da edição.

A Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) declarou que já havia fiscalizado a obra, e que a construtora apresentou alvará com aprovação de projeto. No entanto, segundo a pasta, o responsável pela construção foi notificado sobre a manutenção e conservação da calçada e do entorno e orientado sobre a maneira correta de destinação do material da obra, evitando direcioná-lo para as redes de captação de águas pluviais, via pública ou imóveis vizinhos. A fiscalização voltará ao local para verificar o cumprimento das medidas.

Segundo acidente em menos de um mês

Este é o segundo acidente com veículos pesados em menos de 30 dias na Rua Antônio Dias. No dia 13 de outubro, um caminhão carregado com 210 sacos de cimento perdeu o controle direcional e desceu a rua de marcha a ré. O veículo atingiu um poste e parou em cima da calçada, a poucos centímetros das residências. O material deveria ser entregue na mesma obra da Rua Dona Mariana Evangelista. Após o acidente, cerca de cem funcionários da construtora retiraram a carga para que o veículo fosse liberado. Apesar do susto, ninguém ficou ferido e nenhuma moradia foi danificada.

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