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Operação prende lideranças de organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas e policial penal

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em conjunto com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Alfa, com o objetivo de desarticular, combater e prender integrantes de organizações criminosas envolvidas com tráfico de drogas, homicídios, porte e comercialização de armas de fogo, dentre outros crimes violentos em Juiz de Fora. A ação cumpriu 17 mandados de prisão temporária, com 16 suspeitos presos e um foragido, além de 23 mandados de busca e apreensão. Em Juiz de Fora, a operação se concentrou no Bairro Santo Antônio, Zona Sudeste, e resultou na prisão de duas das principais lideranças de grupos ligados à facções do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de um policial penal, que atuaria como aliado dos criminosos dentro do sistema prisional.

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Informações foram repassadas à imprensa durante coletiva no Centro de Juiz de Fora, na manhã desta quarta-feira (Foto: Leonardo Costa)

Além do município, os mandados também foram cumpridos em Uberlândia (MG), Três Corações (MG), Pará de Minas (MG), Campo Grande (MS) e no Rio de Janeiro (RJ). Ao longo de 18 meses, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Juiz de Fora (Gaeco-JF) e a Diretoria de Inteligência da Polícia Militar (Dint) mapearam e identificaram a tentativa de estabelecimento de grupos pertencentes a facções criminosas em Juiz de Fora. Em coletiva realizada na manhã desta quarta, as instituições afirmaram que houve, entre 2021 e 2022, um aumento de 55% no número de homicídios no município envolvendo disputa territorial dessas facções por tráfico de drogas. Os dados do MPMG e da PM mostram que em 2021 foram registrados 47 homicídios, enquanto em 2022 esse número saltou para 73. 

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“Essa operação deflagrada começa a partir de um relatório técnico feito pela PMMG e encaminhado ao MPMG, informando sobre grupos criminosos que atuavam na cidade e que seriam responsáveis por diversos homicídios ocorridos aqui por conta de disputa territorial por tráfico de drogas”, explica o promotor de Justiça Roberto Pinheiro da Silva Freire.

A operação também contou com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), da Polícia Penal de Minas Gerais (Depen-MG), da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul (PMMS) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Mais de cem policiais da região e de Belo Horizonte atuaram na ação.

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Policial fazia ponte entre infratores soltos e encarcerados

A Polícia Militar destacou que o policial penal preso atuava como um elo, dentro do sistema prisional, de infratores soltos com aqueles que estavam presos e provavelmente recebia vantagens para facilitar a tramitação de informações e materiais. “O policial penal estava sendo cooptado pelas organizações criminosas para tentar fazer atividades dentro do sistema prisional. Ele era morador de Juiz de Fora, já trabalhou aqui, mas não atuava mais na cidade”, disse o promotor do Gaeco/JF, Thiago Fernandes de Carvalho.

A major Layla Brunnela aponta que os resultados da operação vão impactar na segurança pública e colaborar para a prevenção de crimes não só em Juiz de Fora, mas também nas outras regiões que estavam sendo impactadas pelas ações dos infratores. A policial ainda evidenciou o papel da Diretoria de Inteligência da Polícia Militar, que realizou, até o momento, a prisão de 530 alvos de diversos crimes em Minas.

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“A Diretoria de Inteligência monitora, agrega informações e busca com cada policial na ponta da linha, o que chamamos de sensor de inteligência, mais detalhes sobre as ocorrências e isso faz com que nós sejamos mais efetivos nas operações. A integração é fundamental e funciona muito bem no Estado. O trabalho em Minas tem sido feito na base, nas fronteiras, nas divisas para que a gente não permita o estabelecimento (desses grupos)”, afirma Layla.

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