Uma adolescente de 15 anos precisou ser internada depois de apresentar sintomas de delírio dentro do Colégio de Aplicação João XXIII. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela polícia, a suspeita é que a jovem tenha sido obrigada a usar uma substância entorpecente nas dependências da unidade de ensino. O caso ocorreu na manhã de terça-feira (8) e foi revelado pela PM na manhã desta quarta (9). Conforme o registro policial, os militares fizeram contato com enfermeiros que atenderam a garota, em um hospital particular da cidade, e foram informados que ela apresentava quadro compulsivo, além de alegar ter sido agredida dentro da escola.
Diante das informações, os policiais conversaram com o pai da menina. O homem contou à PM que deixou a filha na escola pela manhã e depois foi comunicado pela instituição de ensino que a adolescente estava apresentando quadro de delírio e que precisou ser levada ao hospital. Já a vítima, conforme a PM, disse que alunos a obrigaram a colocar um papel colorido sob a língua e também a ingerir água. Ela relata que os estudantes ameaçaram agredi-la caso não fizesse o uso da substância. Após o episódio, a estudante teria começado a ter falas desconexas e quadro de surto provocado por substância entorpecente.
Segundo a PM, a diretoria informou que foi chamada pois a menina não se sentia bem. Quando se percebeu que a aluna demonstrava, de acordo com o registro policial, “fala desconexa, totalmente confusa, não sabendo informar o que havia acontecido direito e tampouco responder perguntas simples como qual dia da semana estávamos e percebendo a gravidade do quadro”, fez contato com a enfermeira e com a psicóloga do colégio. Depois de uma primeira assistência, os pais da aluna teriam sido acionados e se deslocaram com a adolescente para a unidade médica. O hospital informou que ela foi medicada e liberada ainda na terça-feira.
Em nota enviada pela Diretoria de Imagem Institucional da UFJF, o Colégio de Aplicação João XXIII confirmou que, na última terça-feira, uma estudante sentiu-se mal e foi atendida por enfermeiro, psicólogo e assistente social, profissionais da própria instituição. No entanto, não chegou à direção denúncia de violência contra a aluna. “A família da estudante foi imediatamente chamada à escola e foram tomadas as devidas providências. A escola está apurando os fatos e até o momento não há indícios de qualquer tipo de coação ou agressão à estudante. A escola continua agindo para o total esclarecimento da situação e tem acompanhado a adolescente e sua família.”
O Colégio de Aplicação João XXIII ainda afirmou ser “uma escola responsável e comprometida com a formação integral do estudante”, realizando trabalho pedagógico de qualidade, pautado na ética, no respeito e na consciência crítica. “Além disso, repudia veementemente condutas inadequadas ao espaço escolar.”