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Queda no número de assinaturas de telefones fixos

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Considerado um grande investimento até o início dos anos 1990, o telefone fixo hoje está cada vez mais perdendo espaço para as novas tecnologias. De acordo com números divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), somente em Juiz de Fora, 1.941 linhas de telefones fixos foram extintas nos últimos 12 meses, tanto da operadora autorizada (Oi) quanto das concessionárias (Vivo, Claro e GVT) que atendem o município. Em março de 2016, 175 mil e 34 usuários utilizavam o serviço de telefonia fixa. Já no mesmo mês deste ano, o número caiu para 173 mil e 93 assinantes na cidade, segundo a Anatel.

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O uso frequente do telefone fixo para trabalho ou até mesmo para contato pessoal perdeu espaço para outros meios de comunicação, como o celular e os aplicativos da internet. Sem muita utilidade, a linha fixa acabou se tornando um incômodo para alguns assinantes, que reclamam só receber no telefone mensagens de telemarketing de bancos, planos funerários ou empresas de cartão de crédito.

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Com a linha cancelada há seis meses, o especialista ferroviário José Alfredo Brandão Costa, 46, conta que só estava com o telefone fixo em casa por costume, pois o aparelho ficava no canto da sala e quase ninguém o utilizava. Além disso, era um gasto desnecessário, além de um desafio, pois não tinha quem quisesse atendê-lo. “O telefone fixo para mim ficou obsoleto, pois todos na minha casa utilizam o telefone celular. Algumas operadoras te obrigam a ficar refém do telefone, por causa do combo, que inclui, além do fixo, internet e TV por assinatura. Desliguei o meu e falei com o meu sogro para desligar o dele também, pois ele gasta cerca de R$ 80 só para ter o telefone em casa”, aconselha.

A queda no número da telefonia fixa está relacionada a diversos fatores, como o crescimento no número de aparelho de telefone celular, mudança de hábito dos consumidores, que ficam pouco tempo em casa, a busca por economia para orçamento doméstico e até mesmo a insatisfação com o serviço prestado pelas operadoras, como explica a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais, Lúcia Pacífico. Segundo ela, em todo país, a queda de usuários de telefonia fixa é significativa.

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“Nos últimos 12 meses, as concessionárias de telefonia fixa tiveram uma diminuição de 1,8 milhão de linhas em todo país, segundo a Anatel. Os consumidores estão tentando enxugar os gastos e, hoje, as operadoras de celular oferecem ligação gratuita para uma mesma operadora. Além disso, temos a facilidade de usar os aplicativos.” Mas apesar de considerar significativa a queda do serviço, a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais atesta que entre o público mais conservador, associado ao movimento, muitos mantêm o telefone fixo em casa por não familiarizar-se com as novas tecnologias.

Enquanto alguns mantêm o telefone fixo, outros sequer conseguiram criar o hábito de utilizá-lo. Entre os mais jovens, a linha fixa é sinônimo de gasto desnecessário. A estudante Paula Campos, 23, afirma que raramente utiliza o aparelho e que não tem o número fixo dos seus amigos.

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“Para mim, o telefone fixo é completamente inútil, pois quando toca eu sei que não é para mim. Quando alguém quiser falar comigo, sei que vai ligar para o meu celular ou fazer contato através das redes sociais,” ressalta Paula, que afirma manter o telefone fixo em casa somente para ligar para sua avó.

Para o economista Fernando Agra, além das novas tecnologias para se comunicar, a situação econômica do país, com o aumento do desemprego e da inflação, pode ter influenciado as pessoas a se desfazerem do telefone fixo. Ele ressalta que a população está num período de cortar o que considera supérfluo ou desnecessário, e a telefonia fixa, para muitos consumidores, não é necessária.

“Eu destaco essa queda no número de assinantes da telefonia fixa em dois pontos: o primeiro é que, com a tecnologia, as operadoras conseguem oferecer preços menores. O segundo ponto é a questão econômica, pois, num momento de dificuldade financeira, o consumidor tende a evitar gastos”, observa Agra. Ele conclui dizendo que, em qualquer período, é preciso ter uma boa organização financeira, mas no momento atual do país, ainda mais. Por isso a importância de se observar a necessidade ou não de se manter um serviço ou um produto.

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