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UFJF reforça campanha contra racismo

A diretora de ações afirmativas da UFJF, Carolina Bezerra, participa de campanha contra racismo (Foto: Divulgação/UFJF)
A diretora de ações afirmativas da UFJF, Carolina Bezerra, participa de campanha contra racismo (Foto: Divulgação/UFJF)
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A UFJF divulgou, na última quinta-feira (7), uma foto em sua página oficial no Facebook em apoio ao movimento dos estudantes que denunciam casos reais de racismo no ambiente acadêmico. Na imagem, a nova chefe da Diretoria de Ações Afirmativas, Carolina Bezerra Perez, segura uma placa com os dizeres: “O racismo existe. E a UFJF luta contra ele.” A manifestação integra um movimento iniciado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e trazido para o Brasil por algumas universidades. Em Juiz de Fora, as fotos estão sendo divulgadas na página ahbrancodaumtempoufjf.tumblr.com. O assunto tem causado polêmica nas redes sociais e reacende o debate sobre a discriminação racial no país. Conforme levantamento da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a cada dois dias, uma denúncia de racismo é registrada em Minas Gerais.

A Tribuna publicou matéria sobre a campanha na última quinta. Somente no facebook, a postagem da reportagem rendeu mais de 70 mil visualizações, mais de 1.300 curtidas e centenas de comentários, muitos deles contrários à causa. Para uma das organizadoras do movimento, a professora de história e aluna do curso de pedagogia, Vanessa Lourenço, este tipo de repercussão já era esperado. “É um assunto que incomoda, e já imaginávamos uma carga de mensagens negativas. O racismo existe e está presente nos mais simples gestos, como mostra a campanha e os comentários. O que vamos fazer é continuar lutando contra este tipo de atitude, o nosso objetivo é conscientizar as pessoas de que elas estão sendo, sim, preconceituosas. Muitas vão continuar sem concordar, mas outras poderão colocar a mão na consciência”, explica a estudante, que segurou a placa “Mas você não é negra, é moreninha” em sua foto para a campanha.

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Em nota oficial, a UFJF disse que “está atenta e apoia o movimento dos alunos, que traz visibilidade e amplia as discussões acerca do racismo em toda a sociedade”. Além disso, a instituição ressaltou iniciativas que têm o objetivo de garantir direitos a grupos sociais que foram alijados dos processos de desenvolvimento social, educacional, cultural, político e econômico do país. Entre as políticas, está a criação da Diretoria de Ações Afirmativas, a revisão de grades curriculares para a inclusão de matérias sobre cultura afrobrasileira e africana e indígena, a adoção de cotas raciais, a realização de campanhas, entre outros. Para Carolina Bezerra, este tipo de iniciativa coloca em evidência como as formas de discriminação são um entrave para o desenvolvimento cultural e político dos países. “Atitudes como esta levantam o debate e fazem com que nossa sociedade reconheça que há racismo, e que isso tem implicações político-raciais, principalmente por conta da nossa herança escravocrata. O que estamos fazendo é apoiar estes estudantes e falar que estamos preocupados com a causa.”

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Uma ação nacional está marcada para a próxima quarta-feira, dia 13, data em que se celebra a sanção da Lei Áurea no Brasil. Na UFJF, a atividade será realizada na porta do Restaurante Universitário (RU), quando serão expostos os depoimentos divulgados ao longo da campanha e serão feitas novas fotografias.

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