*Atualizada às 07h48 do dia 10/02/2017
Cento e vinte homens do 10º Batalhão de Infantaria de Juiz de Fora foram enviados nesta quinta (9) para o Espírito Santo, onde se unem a outras centenas de militares das Forças Armadas que trabalham na segurança do estado capixaba por conta da crise na segurança pública, com policiais militares dentro dos quartéis. Os soldados embarcaram no Aeroporto da Serrinha em aeronaves Amazonas C-105 da Força Aérea Brasileira e seguiram para o Aeroporto Eurico de Aguiar Salles, em Vitória, onde está a base da operação, batizada de Capixaba. Os militares de Juiz de Fora já participaram de missões importantes, como a pacificação dos complexos do Alemão, Penha e a ocupação da favela da Maré, no Rio de Janeiro, a Missão de Paz no Haiti e a segurança nos jogos olímpicos.
De acordo com o assessor de comunicação da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), major Alexandre Nepomuceno, foram enviados 80 homens pela manhã, com embarque por volta de 9h, e outros 40 às 15h. Conforme o oficial, ainda não há previsão de retorno dos militares, que ficarão no Espírito Santo até que a ordem seja restabelecida. “Recebemos a ordem de escalão superior para apoiarmos os trabalhos no Espírito Santo. Ainda não sabemos se será necessário o envio de mais efetivo, mas nossas tropas estão preparadas para auxiliar”, disse o militar.
Os homens das Forças Armadas atuam no Espírito Santo desde a última segunda-feira. Eles foram acionados depois que foram registrados dezenas de homicídios, saques em lojas, incêndio em ônibus, furtos e outros casos violentos. O governador do Espírito Santo em exercício, César Roberto Colnaghi, transferiu para as Forças Armadas o controle operacional dos órgãos de segurança pública estadual. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado na tarde de quarta-feira (8). Conforme o Ministério da Defesa, os militares realizam patrulhamento a pé e motorizado em pontos de grande movimento, nas principais avenidas e ruas da capital e terminais rodoviários. Também são feitos pontos de bloqueio e controle em vias de acesso.
Na edição da última terça-feira (7), a Tribuna conversou com juiz-foranos que moram ou estão de férias no Espírito Santo, e todos afirmaram que o clima é de insegurança. A economista Sarah Bartels, que reside em Vitória há sete anos, afirmou ontem que a situação permanece tensa, mesmo após a chegada das tropas. “Eu só saí de casa para ir à padaria uma única vez. Os ônibus voltam e logo em seguida param de roda. Eu e meu marido estamos trabalhando de casa, ainda está muito complicado sair”, disse.
Três mil homens vão reforçar a segurança
O comandante da Força-Tarefa da Operação Capixaba, general Adilson Katibe, anunciou ontem, durante coletiva de imprensa, que até o final de semana, o número total de militares deve chegar a três mil homens. A Força-Tarefa conta hoje com 1.783 homens, sendo mil do Exército, 373 da Marinha, 110 da Força Aérea e 300 da Força Nacional de Segurança Pública. Ainda de acordo com o general Katibe, há uma maior percepção de segurança por parte da população. “A percepção da segurança é frequente, mas acontece de forma gradativa”, assegurou.
Além de Juiz de Fora e dos militares do próprio Espírito Santo, reforçam a segurança no estado tropas do Rio de Janeiro, Brasília e Taubaté (SP), fora militares do próprio estado capixaba. No total, três blindados da Marinha, 106 viaturas, além de helicópteros, são empregados pelas forças federais.
Retificação: diferente do que foi publicado originalmente, o aeroporto onde está sendo feito o desembarque das tropas em Vitória chama-se Eurico de Aguiar Salles, e não Francisco Álvares de Assis, nome oficial do Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora. A informação foi retificada às 13h09.