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Projetos de capacitação buscam reinserir jovens na sociedade

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Dos 143 adolescentes que passaram pelo Centro Socioeducativo de Juiz de Fora em 2023, 97 participaram de cursos profissionalizantes oferecidos pela unidade em parceria com instituições públicas e privadas do município. Por meio da junção entre os eixos educação e trabalho, o Centro busca promover novas oportunidades para inserir esses jovens no mercado de trabalho. “Através da profissionalização, o jovem que estiver cumprindo a medida tem uma oportunidade real de se afastar da criminalidade e mudar seu rumo ao longo da vida”, diz o diretor-geral do espaço, Emerson Rocha.

Há alguns anos, a unidade tem investido na criação de uma padaria com a estrutura básica necessária para produzir os alimentos. No ano passado, o Centro, em parceria com a Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), ofereceu um curso de panificação e outro de pizzaiolo. Mais de 20 jovens participaram de um dos dois cursos e receberam certificado de conclusão chancelado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os cursos não são obrigatórios, depende do interesse de cada jovem pelo tema, e para realizar alguns é preciso ter uma escolaridade mínima, sendo que a própria unidade oferece uma rede de ensino, obrigatória para todos.

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A secretária da Sesuc, Letícia Delgado, explicou que o projeto é uma estratégia de prevenção da violência que ao mesmo tempo tenha um olhar para o público que está em privação de liberdade. “Esses cursos foram pensados levando em consideração a existência de uma população muito vulnerável que hoje encontra-se no sistema socioeducativo, que são adolescentes que vão retornar para o convívio social. A ideia dos cursos é dar visibilidade para esses jovens e permitir que eles passem por um processo de capacitação dentro do sistema socioeducativo para que a partir disso possamos construir também a possibilidade de eles saírem da unidade já empregados”, destaca a secretária.

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Um dos ambientes do Centro Socioeducativo que foram revitalizados por jovens acautelados dentro do projeto Colorindo o bem, que ensinou técnicas de pintura e de grafite (Foto: Felipe Couri)

‘Se liga’

No final dos cursos, alguns participantes são contratados por empresas locais. Embora a unidade não realize um acompanhamento dos adolescentes após o fim do cumprimento da medida socioeducativa, existe um programa do Estado chamado Se liga, da Política de Prevenção Social à Criminalidade, que presta serviço de acolhimento e suporte para que os jovens possam acessar as redes de proteção social e os seus direitos, e consigam conquistar alternativas diferentes daquelas que os levaram ao sistema socioeducativo. O Se liga oferece orientações relativas a documentos, criação de currículo, inserção no mercado de trabalho, entre outras demandas. A adesão é livre, portanto, o adolescente pode dar continuidade às ações iniciadas pela unidade socioeducativa e seguir com as novas escolhas.

“Ao investirmos em cursos de profissionalização, estamos investindo em segurança pública, já que, quando oferecemos a esses jovens capacitação, estamos dando a oportunidade para afastá-los da criminalidade, e esse índice diminuiu. Segurança pública não é feita apenas de forma ostensiva pelas polícias Civil, Militar e Penal; na verdade, ela depende de todos nós”, acredita o diretor.

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‘Colorindo o bem’

No final de 2023, 20 jovens também participaram de um projeto para revitalização da quadra e da sala de visitas do espaço. Além de trazer mais cor para o Centro, os jovens tiveram a oportunidade de se capacitar através de oficinas de pintura e receber certificação pelo trabalho. A ação foi feita em parceria com o projeto beneficente Colorindo o bem, da Laca Pinturas, e idealizado por Leonardo Alves, que ofereceu oficinas técnicas de pintura aos adolescentes. O projeto Colorindo o bem tem o objetivo de fazer a pintura total ou parcial de pelo menos um imóvel público por ano. No caso do Centro Socioeducativo, a ação contou com a participação do grafiteiro Felipe Stain, que auxiliou os adolescentes nos desenhos que compõem os espaços revitalizados.

Entre as várias oficinas e os treinamentos oferecidos aos jovens do Centro Socioeducativo, esteve a de pintura, oferecida pelo projeto Colorindo o bem (Foto: Felipe Couri)

Além dos cursos de panificação, pizzaiolo, pintura e outros temas, o Centro também conta com o programa Descubra, de incentivo à aprendizagem, onde são oferecidos a primeira experiência no mercado formal de trabalho, em que o adolescente vai até a empresa para aprender determinada função e recebe uma quantia pelo serviço. “Essa iniciativa é muito importante para gerar renda para esses jovens ajudarem a sustentar a família, já que muitos dos crimes são cometidos com essa finalidade”, explica Emerson.

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Para empresas ou pessoas interessadas em oferecer capacitações aos jovens do Centro Socioeducativo de Juiz de Fora, basta mandar uma mensagem para o e-mail centrosocioeducativojf@gmail.com ou entrar em contato pelos números (31) 2129-9324 e (31) 2129-8153.

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