A suspeita de matar o policial civil Antônio Geraldo Peters Netto, 57 anos, foi presa pela equipe da Delegacia Especializada de Homicídios na tarde desta terça-feira (9). A jovem, 23, ex-namorada da vítima, é apontada como a principal suspeita do crime, ocorrido em novembro do ano passado, no Bairro Vitorino Braga, na Zona Leste. Na ocasião, o agente foi baleado com três tiros que partiram da sua própria arma, uma pistola ponto 40.
Contra a suspeita, havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça desde o dia 18 de dezembro. A mulher se apresentou de forma espontânea na unidade policial, acompanhada do seu advogado, mas fez uso do seu direito constitucional de permanecer calada. Depois de ser presa, ela passou por exames no IML, sendo encaminhada à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, onde irá aguardar o julgamento.
De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, responsável pela apuração do caso, um inquérito foi concluído no início de dezembro do ano passado. O documento aponta que a suspeita teria usado a arma do próprio agente, uma pistola ponto 40, para atingi-lo. “Tentamos localizá-la em diversos endereços que nos foram mostrados, mas não conseguimos êxito. Desde o ano passado estávamos na tratativa de que ela se entregasse e assim o fez”, pontuou.
O delegado descartou a hipótese de legítima defesa. “O que posso afirmar é que realmente ocorreu um homicídio qualificado, tendo em vista que a forma como ela agiu dificultou a resistência e defesa da vítima. Tenho duas provas principais neste inquérito. O ex-companheiro dela, que apesar de separados, morava na mesma casa que ela, confirmou em depoimento que estava na porta do lugar e viu o policial entrar com a arma na cintura. Em seguida, ouviu a discussão e, em determinado momento, escutou um disparo. Logo após, escutou um pedido de socorro da voz do Geraldo e mais dois tiros, demonstração de que ela não titubeou em executá-lo. Se ele não tivesse pedido socorro, daria a entender que ele estaria tentando confrontá-la.
Ele foi ferido com um tiro na cintura, que acreditamos ter sido o primeiro, um no braço, que demonstra a tentativa de defesa e o terceiro bem no meio da cabeça, na parte de cima do crânio. Temos também um laudo de necropsia que aponta essas lesões”, assegura. Ainda conforme as investigações, dentro do local do crime estava um outro homem, que seria dependente de álcool. Ele chegou a prestar quatro depoimentos diferentes. “Não conseguimos colher detalhes desta testemunha, mas tudo leva a crer que a jovem teria retirado a arma da cintura do policial, como ela teria feito em outras ocasiões.” Ainda segundo Rolli, ocorrência semelhante teria sido registrada cerca de dois meses antes do crime, no dia 24 de setembro, quando a suspeita foi flagrada pela PM com a arma do agente, possivelmente a mesma usada na morte do policial. O episódio ocorreu nas imediações de onde Antônio Peters foi morto. Nesta data, a mulher foi presa em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e levada para a delegacia, onde foi ouvida e liberada.