Desde 2015, a organização não governamental (ONG) Engenheiros Sem Fronteiras atua em Juiz de Fora com o objetivo de transformar vidas em situação de vulnerabilidade social por meio da arquitetura e da engenharia. Ao longo desses nove anos, 198 projetos foram concluídos e 21.500 pessoas impactadas. Atualmente, a iniciativa conta com 25 voluntários, sendo estudantes de diferentes áreas, como farmácia, psicologia, arquitetura e engenharias de produção, civil e ambiental, que se uniram para solucionar problemas da comunidade local.
O propósito dos estudantes é aplicar o conhecimento técnico adquirido na faculdade em soluções práticas que vão mudar o dia a dia da população. As atividades desenvolvidas pelo núcleo se baseiam nos seguintes eixos de atuação: infraestrutura e assistência; básica; gestão e empreendedorismo; educação; e sustentabilidade. Entre tantos trabalhos desenvolvidos, os voluntários guardam com carinho na memória a história do projeto “Casa da Maria”.
No ano passado, Maria Silva procurou a equipe em busca de ajuda para realizar um sonho antigo de viver em um local com jardim. Ela havia comprado uma casa na Zona Rural do distrito de Torreões, mas teve que conviver com problemas de umidade causados pelo acúmulo de terra em suas paredes.
Mesmo com desafios para encontrar fornecedores de materiais na região, os voluntários conseguiram realizar a impermeabilização das paredes e também construíram um sistema de drenagem. Após duas semanas de trabalho intenso, a obra foi concluída e o problema solucionado.
“O projeto não apenas melhorou a estrutura da casa, mas também trouxe um novo ânimo para a vida de Maria, e ela em homenagem colocou uma moldura em sua parede com a foto dela com os membros do ESF. Agora, Maria pode desfrutar de um ambiente mais saudável e confortável, tornando seu sonho de ter um jardim e uma horta em casa mais próximo da realidade”, conta a diretora de Comunicação e Marketing da ONG em Juiz de Fora, Pâmella Ferreira.
Horta, palestra, obras e usucapião: confira as ações da ONG Engenheiros Sem Fronteiras
Somente em 2024, 15 projetos foram finalizados e 1741 pessoas receberam melhorias nas suas condições de vida. Hoje, a equipe se dedica a colocar em prática cinco ações. A primeira é uma campanha de conscientização ambiental no Bairro Igrejinha, Zona Norte da cidade, desenvolvido em parceria com a mineradora Nexa. O objetivo da ação é educar os
moradores, principalmente adultos, sobre a importância da preservação e limpeza do rio que passa pela região. “A ação busca não só sensibilizar a população sobre os impactos do lixo no meio ambiente e no rio Paraibuna, mas também promover uma mudança de comportamento para a manutenção de um ambiente mais limpo e saudável”, explica a diretora.
Outra iniciativa em andamento é a horta vertical no Lar de idosos Santa Luiza de Marilac, Zona Sudeste, que funciona como uma atividade recreativa para os residentes. Por meio da horta, os voluntários buscam promover o bem-estar e engajamento dos idosos, oferecendo uma oportunidade de interação com a natureza e com os colegas. Para as crianças da Escola Municipal Henrique José de Souza, no Cidade do Sol, região Norte, a ONG desenvolveu uma palestra educativa sobre qualidade do ar, em parceria com a MRS. O projeto também irá orientar os alunos sobre cuidados com a segurança em torno das linhas férreas, promovendo conscientização sobre os riscos.
No Curumim Barreira do Triunfo, também na Zona Norte, os volumes estão trabalhando para realizar melhorias na área externa da instituição, incluindo a execução de uma pintura artística em todo o muro que cerca o local . “Essa ação não apenas embeleza o espaço, mas também cria um ambiente mais acolhedor para as crianças e a comunidade que interagem com a instituição”, diz Pâmella.
Além das ações coletivas, os jovens têm se dedicado à regularização do imóvel de um beneficiário que enfrenta o risco iminente de perder sua casa. Dada a urgência da situação, o foco da equipe é resolver todas as pendências legais para garantir que o morador possa permanecer em sua residência de forma segura e legalizada. “A regularização é fundamental para assegurar seus direitos e proteger seu lar.”
Como ser um voluntário
Pâmella explica que para ser um voluntário da ONG Engenheiros Sem Fronteiras há duas maneiras: por meio do Processo Seletivo e, para isso, é necessário estar cursando ou ter se formado em qualquer curso superior, mas principalmente engenharias e arquitetura; e como membro externo, onde qualquer pessoa, sem pré-requisitos, poderá ajudar de acordo com as necessidades de execuções dos projetos. Para mais informações, é só acessar o instagram do projeto. “É necessário ter muita força de vontade de ajudar pessoas em vulnerabilidade social, transformar realidades e querer fazer a diferença”, finaliza a voluntária.