Os pacientes da Santa Casa de Misericórdia receberam “super” visitas na tarde desta segunda-feira (8). Do telhado do prédio, desceram de rapel o Super Homem e Homem Aranha. Quem assistia de baixo, conseguia enxergar mãos animadas dando tchau por entre as janelas, gestos de recepção daqueles que aguardam boas notícias. Crianças internadas no hospital, visitantes, pais e a equipe do hospital se alegraram com a presença do grupo de super-heróis. Power Rangers, Mulher Maravilha e Capitão América também ajudaram a levar esperança aos leitos. Entregando livros, eles incentivavam as crianças a acessarem o mundo da imaginação por meio das histórias. A ação integra a programação de comemoração de Dia das Crianças e é uma parceria entre o banco Sicoob, a empresa Nerea, o Núcleo de Educação e Serviço (NES) e a Comissão de Humanização da Santa Casa.
Fã do Homem Aranha, o pequeno David, de 4 anos, presenciou a descida do herói do prédio com olhares atentos. Depois do contato com os personagens, ele disse que não saberia definir de qual gostou mais. “Acho muito bacana. A criança que estava tristinha dá uma descontraída. Meu filho se amarrou”, avaliou o pai de David, o comerciante Everton Braga. “É um dia muito especial para quem está em um momento de dificuldade”, disse a enfermeira Fabiana Luíza Valadares. Ela reconheceu a importância da Comissão de Humanização como um diferencial.
“As crianças adoram esse mundo de fantasia. Elas se divertem muito, acham que é verdade. É muito importante incentivar essa capacidade de imaginação. A distração para pais e filhos torna esse dia muito especial”
Ainda no caminho para os leitos, os super-heróis foram provocando sorrisos nos visitantes e nos próprios funcionários. “Ficamos felizes, porque a Santa Casa foi escolhida entre os demais hospitais para receber a ação. É uma ótima oportunidade de trabalhar com o lúdico das crianças, que estão internadas, fragilizadas, passando por um momento difícil. Esse contato ajuda a despertar a esperança, a motivar para que elas tenham mais força e superem esse momento”, destacou a pedagoga do NES, Vanessa Coelho Furtado. Ela explica que o riso gera um grande impacto no tratamento, porque desperta uma resposta mais rápida. “As vezes, a criança está triste, prostrada e diante de algo assim, ela ganha vida, se enche de esperança.”
Além da visita dos super-heróis, que foram encarnados por funcionários das empresas e até mesmo da própria Santa Casa, as crianças também ganharam um livro, que é resultado de outra ação do hospital, com o qual elas podem continuar estimulando esse lado lúdico. “A leitura ajuda a tirar um pouco o foco sobre brinquedos eletrônicos, da internet. É importante mostrar que ela pode ser feita e levar, até mesmo, para fora do hospital.”
“É uma ‘ludoterapia’ se podemos dizer assim. As crianças ficam separadas da família, da escola, com medo. Quando chegamos de branco, pode ser qualquer área, eles pensam que vamos dar alguma medicação. Quando chega alguém vestido de super-herói, eles não conseguem separar. Acreditam que são os originais. Até os adultos mesmo, que pensamos que não ligariam, ficaram muito envolvidos. Nós que estamos frente a essa ação ficamos muito emocionados. Essa alegria justifica tudo”, diz a coordenadora da Comissão de Humanização da Santa Casa e coordenadora do Serviço de Psicologia Hospitalar, Elizeth Cardoso de Souza.
Elizeth lembrou ainda que, além da visita dos super-heróis, os filhos dos funcionários tiveram um momento semelhante com um teatro chamado “A Revolta dos Brinquedos”, que contou com a participação de cerca de 250 pessoas. “É muito legal trazer a comunidade para dentro do hospital e mostrar que não precisa ser um ambiente ruim. Quem vem se tratar também pode viver situações divertidas. Não vivemos só de doença e dor.” Isso, segundo ela, vem ao encontro da política de humanização do atendimento, que visa criar esse bem estar em todos os níveis. Desde o paciente, passando pelo acompanhante, o colaborador, a direção.