Um jovem de 21 anos suspeito de envolvimento em seis homicídios e tentativas de assassinato desde 2013 na região do Milho Branco, Zona Norte de Juiz de Fora, foi apresentado pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (8). De acordo com o delegado de Homicídios Carlos Eduardo Rodrigues, ele foi capturado por policiais militares na sexta-feira em casa, no mesmo bairro, mediante mandado de prisão, solicitado pela delegacia e expedido pela Justiça, referente a um crime ocorrido em 14 de maio do ano passado. Na ocasião, Werley da Silva Borges, 19, foi alvejado no abdômen por ocupantes de um Fiat Uno na Rua Doutor Milton Ladeira, no Milho Branco.
A PM informou na época que a motivação do crime seria a rivalidade entre gangues. A vítima estava acompanhada de outro jovem, 18, quando os ocupantes do carro desembarcaram e efetuaram três disparos contra eles. O baleado chegou a ser socorrido até o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), mas não resistiu e teve o óbito confirmado na manhã seguinte. Segundo Carlos Eduardo, no dia da prisão, dois revólveres calibre 38 foram apreendidos na residência do suspeito. Ainda conforme o delegado, as tentativas de homicídio e os assassinatos teriam motivações diversas. “São ligadas ao tráfico, à rixa de bairros e, principalmente, relacionadas à vingança de crimes anteriores.” Segundo ele, as retaliações seriam frequentes. “A maioria dos envolvidos foi presa ou morreu. Mas sempre surgem outros para se vingar”, observou.
O policial acrescentou que o homem já esteve envolvido em três portes ilegais de arma de fogo e que adolescentes seriam usados como comparsas. Em pelo menos dois dos casos este ano, um desses jovens agiu na garupa da moto e disparou contra o alvo, enquanto o suspeito conduzia o veículo. Um dos crimes ocorreu dia 10, quando um rapaz, 19, foi baleado enquanto aguardava um lanche na Rua Argemira de Jesus Flores, no Milho Branco. Ele foi surpreendido por dois criminosos que passaram em uma moto pela via, pararam e efetuaram vários disparos. Alvejada nas costas e mão direita, a vítima foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao HPS.
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“Estamos encontrando muita dificuldade em conseguir testemunhas que venham à delegacia e falem o que sabem sobre os crimes, porque a maioria dessas pessoas reside no bairro ou é conhecida desse envolvido que está preso. Conseguimos esse mandado de um crime de 2014 que, felizmente, as testemunhas vieram, relataram e confirmaram o envolvimento dele”, explicou o delegado.
De acordo com ele, nas seis ocorrências os modus operandi são diversos. “Há crimes ocorridos no meio da rua, à luz do dia. O criminoso chega, faz o disparo de arma de fogo e sai correndo. Ninguém para e testemunha. O próprio boletim de ocorrência fica prejudicado por isso. As pessoas mentem que não viram, que não sabem de nada, temendo que sejam vítimas desses crimes”, completou. “Quem tiver qualquer informação de crime, mas não quiser ser identificada, que faça ligação para o 181, do Disque -Denúncia Unificado (DDU).”