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Coletivos levam luta contra opressões às ruas de JF na 2ª edição do 8M

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Unidos, coletivos saíram da Praça da Estação para ocupar a Rua Halfeld (Foto: Marcelo Ribeiro)
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Na Marcha de Luta do 8M, que aconteceu nessa quinta-feira (8), mulheres de diversos setores se reuniram para levar suas vozes às ruas do Centro de Juiz de Fora. Ocupando o espaço público e resistindo às opressões também de formas diversas. No microfone, as participantes encontravam espaço para expressar suas lutas e contar com a empatia das demais presentes, somando força ao movimento. A concentração aconteceu na Praça da Estação e seguiu pelo Calçadão da Rua Halfeld.

“Somos guerreiras, estamos na luta por um mundo mais fraterno e igualitário”, bradou a militante Bruna Leonardo. No avanço das falas, foram salientados os retrocessos, mas também houve momentos em que os ganhos foram celebrados. A também militante, assessora sindical e representante do Coletivo Maria Maria, Laiz Perrut, destacou que, no Paraguai, um projeto de Lei que ainda depende de aprovação propõe que as mulheres ocupem 50% dos cargos eletivos. “Nada é possível sem união. Esse passo no Paraguai já representa um avanço grande. Precisamos de mais mulheres em espaços institucionais. Seguiremos em marcha até que todas as mulheres sejam livres.”

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A representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Cristina Castro, ressaltou a importância da luta contra a violência e a necessidade de aumentar a união entre as mulheres. “Para sairmos do golpe, precisamos de um Brasil desenvolvido, com trabalho digno e democracia. Sofremos muitos ataques e eles sempre penalizam mais a mulher. A Reforma da Previdência, por exemplo, não considera as jornadas duplas, triplas. Por isso, temos que continuar marchando.” Após o primeiro momento de fala, houve apresentação de capoeira do grupo De Dandara às Marias, criado há cerca de um ano, reunindo mulheres capoeiristas pertencentes a outros grupos, que se unem para lutar contra as opressões presentes em seu meio, levando a resistência para a cultura, assim como as artistas juiz-foranas fizeram mais tarde, em frente ao Cine -Theatro Central.

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Ganho em organização

De acordo com Lucimara Reis, professora de História e integrante do Fórum 8M, um dos coletivos envolvidos com a organização da Marcha, a segunda edição do movimento e da greve cresceu em organização. “Muitas mulheres vieram no ano passado e perceberam que, dentro desse movimento horizontal, podem participar de maneira mais perene. Novos coletivos entraram para colaborar, mulheres independentes vieram e se integraram. Neste ano, a greve aumenta não só em Juiz de Fora, mas em todo mundo. Quem acompanhou a luta hoje, viu que elas pararam Madrid. Aqui, três categorias aderiram ao movimento. Ano passado tivemos uma.”

Outra ação ressaltada por Lucimara foi a entrega da Medalha Rosa Cabinda. “Que chamamos de antimedalha, porque é um movimento marginal dos coletivos que disputam espaços de poder, mas é oriundo de uma ação coletiva.”

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Durante a mobilização, houve apresentação de mulheres capoeiristas na Praça da Estação (Foto: Marcelo Ribeiro)

A partir da ato desta quinta, outras atividades foram agendadas para o resto do ano. Conforme Lucimara Reis, os debates sobre a Casa de Passagem para mulheres, sobre as egressas do sistema penal e sobre as que se encontram em situação de rua devem se intensificar. A capacidade de união dos coletivos, por meio do 8M, aumentou a percepção das diversidades, segundo ela. “Olhar cada fala e perceber que cada opressão é exercida de maneira diferenciada. A mulher branca sofre uma opressão, a negra outra, a indígena outra, a do campo outra. Esse encontro fez com que a empatia entre esses grupos aumentasse. Temos crescido, entendendo que o movimento feminista busca a igualdade entre os gêneros e estamos nos formando nesse processo.”

Nesse sentido, o balanço das atividades até aqui é, para Lucimara, extremamente positivo.

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“Saímos mais fortificadas desse 8 de março. Com uma unidade mais construída. Unidade que, nesse momento do país, é fundamental. Também saímos com outras pautas agendadas, não só para avaliação, mas também para diversos encaminhamentos.”

Sobre as lutas que ainda devem ser levadas, ela frisa o combate para que a democracia seja mantida. “Há uma intervenção militar no Rio e, ainda que a democracia que temos não seja a que almejamos, ela está em risco. Precisamos estar atentas e o mais importante: na rua. Organizadas dentro de coletivos. Porque só nessa ocupação – na rua, no trabalho – fazemos pressão por representatividade na Câmara, no Senado, na Presidência. Também temos que entender que a eleição é uma frente de luta, mas não é a única.”

Lucimara Reis chama a atenção para a carência de mobilização da população como um todo. “Os brasileiros precisam entender que quem resolve os problemas da população é a população. Quem vai demandar políticas públicas para mulheres são as próprias mulheres. Isso só acontece com organização e diálogo.”

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