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Adolescente baleado por PM em Santos Dumont morre em JF

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Pai mostra documento autorizando a doação de órgãos
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Pai mostra documento autorizando a doação de órgãos

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O adolescente Rangel Marcos de Aquino, 15 anos, atingido por um tiro na nuca disparado por um policial militar, no último dia 2, morreu na madrugada desta quarta-feira (8). A vítima residia na cidade de Santos Dumont, onde ocorreu o crime, mas estava internada, em coma, na Santa Casa de Juiz de Fora. Segundo a assessoria de comunicação do hospital, o óbito foi registrado às 2h08, após uma bateria de exames, que constataram morte cerebral. O pai da vítima, o operador de escavadeira Aloisio Cláudio de Aquino, 45, disse à Tribuna que a família autorizou a doação de órgãos. 

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O cabo da PM suspeito de ser o autor do disparo alegou que o tiro foi acidental. O chefe da assessoria de comunicação organizacional do 9º Batalhão de Barbacena, responsável pela 63ª Companhia da PM, de Santos Dumont, capitão Carlos Henrique Souza da Silva, informou que o policial foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio no dia da ocorrência. "Ele ficou preso em um batalhão de Juiz de Fora. Na noite de sexta, a Justiça expediu alvará de soltura. Agora está em Santos Dumont e não pode sair da comarca enquanto responde ao processo na Justiça Militar". 

A soltura do PM revoltou o pai do adolescente. "Está sendo muito difícil. Vamos correr atrás de justiça, para isso não ficar impune." Aloisio contou que, momentos antes de ser baleado, o filho teria furtado uma caixa de morangos de um supermercado. "Ele havia parado de estudar, e eu já tinha buscado ajuda. Fiz o que pude", lamentou. Conforme o capitão Henrique, o policial afirmou em seu depoimento que o disparo não foi intencional. O suspeito responde por crime militar, já que estaria em serviço. "Ele disse que, no momento da abordagem, o menino teria levado a mão à arma e, durante a luta pela posse da mesma, aconteceu o disparo. A versão dele será confrontada com o depoimento de testemunhas."

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O pai da vítima não acredita em disparo acidental. "Foi um tiro pelas costas, quando ele estava dominado por policiais. Quando fiquei sabendo, meu filho já estava no hospital com a bala alojada. No começo, estava consciente e até conversou com a gente. Depois, começou a piorar e entrou em coma. Mas ainda tínhamos esperança." Rangel era o caçula dos filhos homens da família formada, ainda, por duas mulheres, 14 e 18, e por um jovem, 21. Ele morava com os pais no Bairro 4º Depósito. O corpo passou por necropsia no IML de Juiz de Fora, e foi encaminhado para velório e sepultamento em Santos Dumont.

 

 

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