Cerca de 80 trabalhadores do transporte rodoviário de Juiz de Fora realizaram, na tarde desta segunda-feira (8), uma manifestação pelas ruas centrais de Juiz de Fora. Eles reivindicam segurança, respeito e dignidade no trabalho e denunciam o caso do trocador que foi agredido enquanto trabalhava, na tarde de 31 de dezembro. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Juiz de Fora (Sinttro), teve início às 16h, na Praça Alfredo Lage, no Manoel Honório, e prosseguiu pela Avenida Rio Branco, em direção à Câmara Municipal, no Centro. Durante o deslocamento do grupo, uma divergência entre os manifestantes e membros do sindicato da categoria foi registrada próximo à Praça do Riachuelo, depois que agentes da Settra pediram que o grupo se retirasse da pista direita com o intuito de dar fluidez ao trânsito.
Apesar da saída dos manifestantes, o trânsito permaneceu confuso, com a pista exclusiva aos ônibus ficando totalmente fechada no sentido Manoel Honório/Centro, situação que formou uma longa fila de ônibus no corredor central. Com a alteração no tráfego, vários usuários do transporte coletivo se aglomeravam nos pontos de ônibus, como na Getúlio Vargas, avenida por onde também passaram os rodoviários. Durante o percurso, o grupo parou, se desculpou com a população pelo transtorno e explicou o motivo da ocupação das ruas. Por volta das 18h, a manifestação se concentrava no cruzamento da Getúlio Vargas com a Rua Halfeld, por onde os rodoviários deveriam seguir. Os trabalhadores foram em direção à Câmara, onde queriam buscar a intervenção dos vereadores, para que as empresas e a Prefeitura possam tomar alguma providência.
“A população precisa entender que o nosso trabalho é essencial para a cidade. O que o rodoviário quer é dignidade, ser respeitado. Não podemos sair de casa para apanhar e não ter nenhum apoio ou garantia. Fazemos esse protesto para pedir um pouco de visibilidade, para a nossa situação”, disse um dos motoristas presentes, que não será identificado para evitar qualquer tipo de represália. Um trocador que também acompanhava a movimentação disse que não se sente seguro no exercício da profissão. “Já fui assaltado quatro vezes e, além da violência, temos que pagar o valor levado pelo assaltante. As pessoas nos agridem física e psicologicamente. Deixamos nossos familiares em casa e não sabemos se vamos voltar.” Ele ressalta que é importante não só lutar pelo trabalhador que foi espancado, mas para que essa situação não aconteça com passageiros também.
O vice-presidente do Sinttro, Claudinei Janeiro, disse que o ato foi organizado em função do que aconteceu com o colega agredido. “Precisamos mostrar para o poder público que trabalhamos sem segurança nos ônibus. Precisamos que olhem pela nossa categoria, porque estamos desprotegidos. Queremos e exigimos segurança. O serviço que prestamos é essencial e tem que ser tratado como tal.” A situação da segurança, segundo ele, não foi discutida na licitação. “Isso precisa ser revisto, inclusive, em relação à população. Tanto Claudinei, quanto o presidente do Sinttro, Vagner Evangelista, cobraram um atendimento mais efetivo da empresa em relação ao funcionário, que foi agredido durante a jornada de trabalho.