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Campanha busca apoio para nova sede de projeto social em JF

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Pensando em unir arte, educação e economia solidária, professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) criaram o projeto Casa de Clara, que promove ações de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade social no Bairro Graminha, Zona Sul de Juiz de Fora. Com o intuito de ampliar o espaço de atendimento e a rede de apoio, a iniciativa organizou a campanha “Uma Casa para Clara”, que busca arrecadar recursos para conseguir uma nova sede e acolher mais pessoas.

Sede do projeto, doada por casal da comunidade, ficou pequena para atender às demandas. Campanha pretende arrecadar recursos para adquirir imóvel vizinho (Foto: Fernando Priamo)

A vontade de construir um espaço de acolhimento, escuta e valorização de mulheres e suas comunidades locais impulsionou Assunção Calderano, professora aposentada da faculdade de Educação da UFJF e coordenadora da Casa de Clara, e o coordenador do curso de Pedagogia da Faculdade Metodista Granbery, Lecir Barbacovi. O sonho antigo ganhou força em 2018 quando os professores decidiram dividir a ideia com amigos e colegas de trabalho, que abraçaram e contribuíram com a causa.

“A postura de uma escuta ativa e uma abertura para a busca do entendimento da realidade vivida sem julgamento permitiram o estabelecimento de vínculos pessoais e institucionais, tendo por base a construção de uma confiança mútua em direção a alguma atuação conjunta”, conta Assunção.

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Atualmente, a iniciativa atende mais de 60 famílias, oferecendo oficinas de escuta ativa, música, bordado em pano, crochê e produção de doces, além de doações de alimentos e roupas. O projeto também distribui mensalmente cestas básicas e itens de higiene, com o apoio de doações para famílias em vulnerabilidade social. Em outubro, foram entregues 27 cestas básicas.

Arte, educação e economia solidária

Inicialmente o espaço de atuação do projeto foi cedido por um casal da comunidade. Porém, durante a pandemia de Covid-19, os coordenadores notaram um aumento na procura pelos serviços oferecidos na Casa de Clara, o que motivou a necessidade de ampliar a sede. Com isso, a campanha “Uma Casa para Clara” foi criada, neste mês de outubro, com o intuito de arrecadar doações para comprar uma casa ao lado da sede atual, dando, assim, continuidade ao trabalho em um espaço físico adequado e que permite acolher mais famílias.
Além disso, a pandemia ocasionou outras adaptações na Associação. Algumas ações precisaram ser interrompidas – como os cursos de música e culinária -, no entanto, novas atividades foram implementadas no formato on-line. No total, foram desenvolvidos nove projetos para conectar e manter o vínculo com as famílias atendidas.

Foto: Fernando Priamo

De acordo com o vice coordenador do projeto e professor do departamento de química da UFJF, José Guilherme Lopes, a proposta inicial era oferecer conhecimento a partir de demandas da própria sociedade, sobretudo de mulheres, promovendo alternativas de espaço e reflexões sobre questões do cotidiano por meio das rodas de conversas entre as moradoras da comunidade. As rodas continuaram, mas de forma virtual.

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“O projeto não foi construído com uma ideia assistencialista, entretanto, durante a pandemia, nós entendemos que era necessário ajudar as famílias com cestas básicas, distribuição de máscaras e fizemos algumas parcerias nesse sentido. Mas sem perder esse cuidado de olhar a partir das demandas e procurar caminhos, conforme as necessidades da comunidade e a disponibilidade dos colaboradores”, comenta José Guilherme.

Os três pilares do projeto – arte, educação e economia solidária – guiam o desenvolvimento das ações, como a proposta de letramento e a criação de condições para geração de renda. “A única presença do estado no Bairro Graminha é a escola municipal, inclusive realizamos atividades em parceria com a escola. Dessa forma, nós entendemos que um projeto com essas características da Casa de Clara tem a possibilidade não só de oferecer essas oportunidades, mas também incentivar essas pessoas a desenvolverem ações do seu interesse”, afirma o coordenador.

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Recentemente, o professor iniciou o projeto “Você importa, a Casa de Clara se importa com você”, que busca auxiliar alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Lions Centro, que atua no Graminha. Foram organizados encontros remotos destes alunos da comunidade com estudantes da pós-graduação e licenciatura em Química da UFJF.

Autoconhecimento das mulheres

A postura acolhedora e inclusiva de Santa Clara de Assis inspirou a construção do projeto social, que favorece a identidade e o despertar de outras “Claras”, como conta Assunção. “Clara traz lições importantes que extrapolam sua época e nos inspiram a atuar, com amor e bravura, em defesa do espaço da mulher e das pessoas em situação de vulnerabilidade, numa sociedade, ainda tão excludente, caracterizada pela injustiça e pelo machismo estrutural e institucional.”

Na Casa de Clara é estimulado o autoconhecimento das mulheres que participam das atividades por meio de diferentes expressões artístico-culturais, visando potencializar e valorizar a própria história de vida. “Acreditamos que a potencialidade das mulheres precisa e deve ser acordada por processos emancipatórios e pela rede de apoio que pode e deve ser criada e ampliada a seu redor”, destaca a coordenadora.

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Entre os depoimentos das mulheres que participam da Casa de Clara, destacam-se o espaço de acolhimento, escuta e oportunidades. “Me ajuda no meu emocional, no meu psicológico, na minha convivência com outras pessoas. Fez muita diferença. A Casa de Clara, em momento nenhum, deixou de me acolher. Sobrevivi com tantos encantos”, relata uma integrante do projeto.

Para conhecer todas as ações e as campanhas

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Casa de Clara
(32 8886-1165)

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