Os servidores estaduais da saúde entraram em greve, nesta quinta-feira (7), para reivindicar a isonomia de tratamento em relação à negociação estabelecida entre o Estado e o setor de segurança, entre outras solicitações. Em Juiz de Fora, na manhã desta quinta, profissionais do Hemocentro de Minas Gerais (Hemominas), do Hospital Regional João Penido (Fhemig) e do Palácio da Saúde se mobilizaram em frente ao Hemominas. No município, 30% dos atendimentos estão mantidos em cada unidade, informou a categoria.
Conforme publicado pela Tribuna, a greve foi deflagrada em assembleia geral realizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (SindSaúde-MG) na última segunda-feira. Além da negociação salarial, a categoria solicita a extensão da Gratificação por Atividade de Gestão da Saúde (Gage) para todos os trabalhadores da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a revogação do decreto que estabelece regras para que os servidores do Estado sejam cedidos para organizações sociais. A norma também propõe a possibilidade de terceirização da gestão dos hospitais que pertencem à rede Fhemig.
Segundo o diretor estadual do SindSaúde-MG, Fabiano Ponciano, a categoria aguardava uma reunião na tarde desta quinta, entre o sindicato e representantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em nota, a pasta confirmou o encontro agendado com o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy, para discutir a pauta deliberada em assembleia geral ocorrida no último dia 21 de outubro. Além disso, a SES informou que “o Governo tem recebido a entidade representativa dos servidores do Sistema Saúde, sempre que solicitado.”
‘Situação precária’
De acordo com o diretor estadual do SindSaúde-MG, Fabiano Ponciano, as reivindicações também enquadram uma “situação precária” do serviço prestado. “Nosso anseio não é só o salário, que queremos que reajustem como fizeram para a segurança, mas também condições de trabalho. Por exemplo, no Hemominas, você verá ventilador no balcão para os doadores não sentirem calor. Na sala de coleta, onde o doador demora mais tempo para ser atendido, acaba passando mal por não ter ar-condicionado, nem ventilador para ele”, exemplifica.
Impactos
À Tribuna, o SindSaúde-MG informou que, no Hemocentro, a greve teve início às 7h, sendo que os atendimentos estariam demorando, em média, três horas. Entretanto, até por volta das 10h15, a assessoria de comunicação da Fundação Hemominas informou que os atendimentos aos doadores no município estavam seguindo o tempo normal de espera, sem registros de atraso. Garantiu, ainda, que a unidade mantém funcionamento em horário habitual – até meio-dia.
Conselho de Saúde acompanha conjuntura
Juntamente ao SindSaúde, o Conselho Estadual de Saúde visitou, no dia 26 de setembro, o Hospital Regional Doutor João Penido, de acordo com o conselheiro regional e municipal, José Roberto da Silva. Conforme ele, o órgão tem convocado reuniões e assembleias, entretanto, o Estado não estaria participando. “Hoje, Juiz de Fora tem essa situação do desmonte a respeito das cirurgias, que vem se arrastando há meses, mas estava camuflado. Agora que está sendo ‘jogado no ar’, as pessoas estão sabendo a real situação do hospital, que tem referência na cidade e região”, diz.
Segundo Elizabeth Félix, conselheira municipal de saúde que também esteve presente na mobilização desta quinta, as unidades de saúde em Juiz de Fora tem sofrido com a falta de outros recursos, como remédios e mão de obra. “O conselho luta, batalha e exige. O problema não está no Município, está na dívida que o Estado tem com o Município”, afirma. “Falta remédio, perdemos grandes médicos e especialistas dentro do João Penido por causa da omissão do Estado, que pensa só na privatização.”