Representantes do Sindicato dos Transportadores Escolares de Juiz de Fora e Região (Sintejur/JF ) e membros do Procuradoria do Município se reúnem na tarde desta terça-feira (8), na sede da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), com o objetivo de prosseguir com o debate e a negociação da possibilidade da elaboração de lei que permita a vans e micro-ônibus atuarem de forma complementar e temporária ao serviço oferecido pelos ônibus do Transporte Coletivo Urbano (TCU) da cidade, a exemplo do que aconteceu em agosto, quando ocorreu a greve de motoristas e cobradores das empresas locais.
De acordo com a advogada do Sintejur/JF, Denise Pacheco Saltarelli, a reunião é um desdobramento da ocorrida na última sexta (4), quando motoristas realizaram uma manifestação no Centro da cidade e o presidente do Sindicato, Murilo Giotti, a própria Denise e um representante dos motoristas se reuniram com o prefeito Antônio Almas para discutir a situação da classe, há quase seis meses sem trabalhar devido à interrupção das atividades escolares. A advogada conta que, na ocasião, Almas indicou que seria necessário analisar com o setor jurídico do governo municipal se não há ilegalidade na proposta de regulamentação.
Ainda de acordo com Denise, a categoria tem como reivindicação a utilização dos veículos escolares como transporte alternativo, a exemplo do que vem sendo adotado em outros municípios. Ela ressalta que as vans escolares possuem regulamentação específica, são identificadas e estão preparadas para atender a população com segurança. Ela argumenta que, durante a paralisação dos ônibus, o transporte escolar pôde atuar no setor por meio de portaria e, segundo ela, conseguiu atender aqueles que optaram pelo serviço. Ela lembra que uma outra reunião, desta vez com Eduardo Facio, da Settra (Secretaria de Transporte e Trânsito), está marcada para as 9h de quarta-feira (9).
Suprir a demanda e desafogar os ônibus
O presidente do Sintejur/JF, Muirilo Giotti, destaca que a associação de classe tem cerca de 270 motoristas associados, entre vans e micro-ônibus, que poderiam suprir a demanda deficitária do transporte coletivo até o final da pandemia. “Observamos que os coletivos costumam viajar lotados no horário do rush, especialmente para os bairros mais distantes. Queremos sentar com a Prefeitura e decidir quais linhas teriam maior necessidade; quanto aos horários, dependeria dos motoristas, mas acreditamos que prefeririam trabalhar principalmente no horário de maior demanda. Mas quem quiser poderia trabalhar o dia inteiro”, diz, lembrando que o valor seria o mesmo cobrado pelos ônibus (R$ 3,75), da mesma forma do período em que a portaria permitiu o transporte pelas vans.
Ele pontua que a categoria não pretende reivindicar a manutenção do serviço quando a situação se normalizar, pois neste caso voltariam à sua atividade original – o transporte de estudantes.
“Já somos regularizados, fazemos vistorias, estamos qualificados. Não temos a pretensão de manter o serviço indefinidamente, pois com a volta às aulas retornaríamos ao serviço tradicional. Mas seria algo a ser visto no futuro para outros profissionais de vans”, sugere.
Auxílio emergencial
Quanto a não pleitear a concessão do auxílio emergencial, Murilo lembra que a questão já foi discutida com a Prefeitura, que afirmou não ter condições de arcar com o benefício – mais um motivo para solicitarem, em contrapartida, o retorno das vans na complementação do serviço de passageiros dentro da cidade.