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Obras de condicionantes ambientais têm início na AMG-3085

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(Foto: Leonardo Costa)
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O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) deu início às obras de condicionantes ambientais, previstas no licenciamento para implantação da AMG-3085, que interliga as rodovias BR-040 e MG-353. As intervenções preveem a construção de caixas coletoras, canaletas e barreiras do tipo “new jersey”, próximas à barragem Doutor João Penido. A previsão é que as obras sejam concluídas em julho de 2019.

No momento, o DEER/MG está implantando as canaletas para proteção de eventuais resíduos que possam contaminar a represa. De acordo com informações do órgão, as obras irão contemplar cerca de nove quilômetros, dos quais 700 metros estão concluídos. As barreiras serão construídas também ao longo de nove quilômetros, além de estar prevista a contenção de rochas em determinados pontos da via.

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Em nota, o departamento informou ainda que, até a conclusão das obras, como medida preventiva e de segurança, “foram instaladas placas educativas e de orientação aos motoristas de caminhão sobre o tráfego de cargas perigosas, incluindo, ainda, ações de fiscalização preventiva e contato com as empresas da região que realizam este tipo de transporte”.

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A Companhia de Saneamento Municipal de Juiz de Fora (Cesama) também se manifestou por meio de nota. Conforme a assessoria de comunicação do órgão, as obras são necessárias em virtude do licenciamento ambiental da estrada, e têm como objetivo “mitigar problemas para o manancial, em caso de acidentes ou até em função do uso rotineiro da rodovia, uma vez que ela cruza a bacia da Represa Doutor João Penido.”

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Ainda segundo o texto, até que sejam concluídas algumas intervenções, como as bacias de contenção em dispositivos de drenagem e as barreiras de amortecimento, a represa pode estar exposta a algum nível de risco, no entanto, já foram incluídas soluções geométricas para reduzi-los. Além disso, o órgão afirma que, caso seja necessário, o abastecimento de água em Juiz de Fora está garantido pelos outros mananciais, como a Represa de Chapéu d’Uvas.

Especialista alerta para casos de acidentes

Mesmo que as intervenções atuais sejam para evitar danos ambientais, o engenheiro e coordenador do Núcleo de Análise Geoambiental (Nagea) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Cézar Barra, se preocupa com o fato do fluxo de veículos na via acontecer sem a instalação das condicionantes. “Essas intervenções deveriam ser feitas antes de liberar a operação da estrada”, explica. “Atualmente, se acontecer um acidente, o líquido do veículo que porventura venha a se acidentar vai direto para a água da represa. Há um risco muito grande de acontecer esse tipo de evento, e nós em Juiz de Fora não temos tecnologia para conseguir separar um líquido poluente de uma água comum.”

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Em um contexto de acidente, os danos podem interferir o abastecimento de água em Juiz de Fora. “O que vai acontecer em uma situação dessa é ter que interromper o abastecimento usando a água da Represa João Penido. Vai ter que usar a água de Chapéu d’Uvas, do Ribeirão do Espírito Santo e da Represa de São Pedro, mas não vai poder usar essa água”, afirma Barra.

Devido ao tráfego em estradas possuir um traçado fluente, é comum que os veículos circulem em velocidades mais altas, também por não haver redutores ao longo da AMG-3085. Esses fatores intensificam a possibilidade de acidentes, de acordo com o engenheiro. Além disso, as condicionantes ambientais em construção podem não ser suficientes em casos de acidentes envolvendo veículos de grande porte. “As barreiras new jersey só têm eficiência comprovada para segurar carro de passeio. Essas barreiras não conseguem segurar veículos pesados”, justifica. “As canaletas e as caixas internalizadas têm que ser dimensionadas para dar conta de um volume de líquido de um caminhão, de combustível, por exemplo, além de ter que ser um dispositivo impermeável, para permitir que esse líquido seja coletado nessa caixa e depois recolhido.”

Histórico

A construção do traçado de acesso ao Aeroporto Regional teve início em maio de 2013. A estrada só foi liberada em dezembro de 2017, seis meses após ser finalizada, devido a exigência de um projeto executivo para construção do trevo com a BR-040, em conformidade com a Concer, responsável pela administração da malha federal no trecho. O tráfego na AMG-3085 passou a operar após autorização da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).

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A licitação para execução das obras de implantação do trevo da AMG 3085 com a BR-040, com base no projeto de engenharia aprovado pela ANTT, já foi concluída. Em nota, o DEER/MG informou que “a ordem de início dos serviços aguarda pendência em área a ser desapropriada.”

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