A primeira série de podcasts da Tribuna de Minas, intitulada “Corpo a corpo”, foi lançada neste domingo (7). A novidade tem como meta ampliar o processo de imersão da Tribuna no ambiente on-line e, ao mesmo tempo, revitalizar o contato da reportagem com as pessoas nas ruas da cidade, valorizando a ambientação e a contextualização mais humanizada dos relatos. Durante a produção do novo conteúdo, os repórteres foram a campo, buscando o corpo a corpo com seus personagens. No primeiro episódio, “O busão tá lotado”, os estagiários Gabriel Bhering e Nayara Zanetti acompanham, sob orientação do editor Wendell Guiducci, passageiros que enfrentam problemas na utilização do transporte coletivo para chegar até a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O coordenador de internet da Tribuna, Eduardo Valente, conta que o podcast era uma vontade muito antiga da redação e está se concretizando neste momento em que a Tribuna está se digitalizando. “A gente está muito feliz em estar desenvolvendo esse trabalho em equipe, porque está coincidindo com o momento em que a gente percebe que o podcast ‘furou a bolha’. Esse formato deixou de ser algo tão nichado e específico e está se tornando um meio de comunicação de jornalismo para atingir uma massa. Estamos apostando muito nesse formato.”
Clique aqui e ouça o podcast ‘O busão tá lotado’
Raízes em tempos remotos
Apesar do podcast ser uma tendência da contemporaneidade, esse formato tem suas raízes nos tempos mais remotos, como ressalta o editor de Cultura e idealizador do projeto, Wendell Guiducci. “Penso que o podcast, para o jornalismo, tem representado a recuperação de duas manifestações: o uso da linguagem radiofônica em toda sua amplitude e possibilidades, agora em ambiente digital, e a grande reportagem. Parece novidade, mas reinstaura uma forma de contar histórias que na verdade é a mais antiga entre todas, que é a forma oral. Ao mesmo tempo que é muito adequado ao momento de aceleração e pressa que vivemos, pois o ouvinte pode escutar enquanto executa outras tarefas, no trânsito, lavando louça ou antes de dormir, o podcast também se apresenta como uma oportunidade de desaceleração, de contemplação, de parar e ouvir aquele relato, como o ser humano sempre fez desde tempos antigos, quando aprendeu a se comunicar e contar histórias.”
Subversão da lógica do jornalista sentado
A plataformização do jornalismo, que solicita das redações de impresso novos formatos, como o podcast, sugere vários benefícios, como agilidade na cobertura, o jornalismo colaborativo e o encurtamento das distâncias. No entanto, essa nova realidade tem provocado, segundo Guiducci, uma certa desumanização na profissão. “A nossa ideia com o podcast ‘Corpo a corpo’ é fazer o movimento contrário, subverter a lógica do ‘jornalista sentado’ que tem se alastrado em nosso meio e recolocar os repórteres na rua, onde as coisas acontecem. Recuperar o corpo a corpo e o olho no olho, o relato colhido no lugar, valorizar a ambientação, a profundidade e a contextualização.”
No primeiro episódio da série “Corpo a corpo” você vai viajar na companhia de Juliano Mendes e Virgínia Rodrigues, usuários do transporte coletivo, que vem apresentando muitos problemas. Ambos utilizam ônibus para se deslocarem em direção à UFJF, onde Juliano estuda rádio, TV e internet (RTVI), e Virgínia trabalha na equipe de Cerimonial e Eventos da Diretoria de Imagem Institucional, além de também cursar disciplinas isoladas.
O leitor, que agora pode ser também nosso ouvinte, pode escutar o primeiro podcast da série “Corpo a corpo” no perfil do Spotify da Tribuna neste link.