Nascida na pequena Santa Bárbara do Leste, na região mineira do Vale do Rio do Doce, Margarida Rosa de Sousa mudou-se para Juiz de Fora aos 27 anos, com o marido e seis de seus oito filhos. Instalou-se numa casa no Bairro Santo Antônio, onde permaneceu por mais de cinco décadas. Criada na roça, buscava condições de vida melhores para a família numa cidade maior. O marido rapidamente empregou-se na construção civil, enquanto a esposa cuidava da casa e dos filhos. “Ela era uma mãe muito dedicada, uma excelente esposa, muito amorosa e muito cuidadora. Tudo o que pode fazer por nós, ela fez”, recorda-se o sexto filho Paulo Lucio de Sousa, que, junto da esposa, Graça, ajudava a retornar para a mãe os cuidados que ela teve com ele por toda a vida. Há sete anos, Margarida sofreu uma isquemia e pouco depois foi diagnosticada com Alzheimer. Nos últimos anos, viveu acamada e já não reconhecia a família. Numa alimentação, acabou aspirando o alimento e precisou ser internada. Começava, então, mais uma batalha, vencida pela Covid-19 no dia 12 de maio, após contrair o vírus em seu período de mais de um mês de internação. Margarida despediu-se aos 79 anos. “As orações de minha mãe foi o que mais me marcou. Quando eu era mais jovem, era meio perdido, e ela sempre falava que orava muito por mim”, recorda-se Paulo, sobre a mulher que, católica, converteu-se evangélica e converteu o filho. “Minha mãe era muito amorosa e falar dela é como falar de um jardim florido, como o próprio nome dela, Margarida Rosa.”
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