Agnaldo tinha por costume cumprimentar todos os colegas e pacientes logo que chegava no trabalho. Perguntava, de leito em leito, se estava tudo bem e se poderia ajudar de alguma forma. A imagem do profissional sensível e comprometido não sai da cabeça de Edith Soares, técnica de enfermagem que entrou para a Unidade de Pronto Atendimento Norte no mesmo período que Agnaldo, há sete anos. Evangélico fervoroso, o homem de 41 anos tinha sempre uma palavra amiga para oferecer. Era brincalhão também. “Não tinha hora ruim para ele, estava sempre alegre. Nunca vi o Agnaldo chegar no setor de cara feia ou sem vontade de trabalhar. Todos os colegas tem boas lembranças dele. E em todos os lugares por onde passou, todos falam muito bem dele”, ressalta Edith sobre o experiente profissional, com passagem por diferentes hospitais e empresas da cidade. Funcionário do setor vermelho (de casos graves) da UPA Norte, Agnaldo possivelmente se infectou por coronavírus na lida diária. Internado por 12 dias no Hospital de Pronto Socorro, onde atuava a esposa, Agnaldo do Nascimento Emídio tornou-se o primeiro profissional de saúde da cidade silenciado pela Covid-19, o que provocou uma onda de protestos entre a categoria, como uma carreata pela Avenida Rio Branco. Quando retornou, após ser afastada por também ter contraído Covid-19, a colega Edith notou o vazio deixado pelo técnico de enfermagem, homem que, segundo muitos dos que dividiam plantão com ele, foi um honroso soldado na batalha contra o vírus.
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