A Delegacia Especializada de Homicídios elucidou o assassinato de Tiago da Silva, 30 anos, morto no dia 19 de fevereiro, por volta das 10h30, com um golpe de faca no abdômen, no Bairro São Sebastião, na Zona Leste de Juiz de Fora. O suspeito do crime, 19, foi preso nesta segunda-feira (7), na Delegacia de Santa Terezinha, quando era ouvido como testemunha de outro episódio. Desde a data do crime, ele era considerado foragido. As investigações apontaram que Tiago foi morto por desacertos relacionadas ao tráfico de drogas um dia após discutir com o suspeito, com quem dividia um imóvel, na Rua Fausto Machado. Ele chegou a ser socorrido, mas o óbito foi constatado no local.
Na ocasião, foram apreendidas três pedras de cocaína, oito buchas da mesma droga e uma porção de maconha, além de sete cartuchos de munição calibre 38 e um calibre 32. De acordo com o delegado à frente do caso, Rodrigo Rolli, o local funcionava como ponto de compra e venda de entorpecentes. “Eles residiam há um certo tempo juntos, e faziam no local a movimentação de drogas. O dois discutiram, e o suspeito se apossou de uma faca. O rapaz tentou correr, mas foi perseguido e esfaqueado em um escadão próximo ao imóvel”, informou o policial. “Testemunhas relataram como ocorreu o assassinato e confirmaram a versão que já era sabida através do registro da PM. Logo após o crime, a mãe do suspeito, que morava numa rua abaixo, se mudou com medo de sofrer retaliação.”
Desde a data do crime, o rapaz estaria escondido no Bairro Industrial, na Zona Norte. Conforme Rolli, o jovem chegou a ser abordado por policiais, mas foi liberado pois não havia mandado de prisão contra ele. “Populares disseram que ele teria retornado ao bairro para ameaçar familiares da vítima. Em 25 de março, já com inquérito pronto, solicitei a prisão preventiva dele. O Ministério Público foi favorável à prisão temporária, que logo foi decretada pelo juiz. Na data de hoje (segunda), ele compareceu à delegacia para ser ouvido como testemunha de outro crime e realizamos a prisão.”
O rapaz confessou o assassinato e alegou ter agido em legítima defesa, uma vez que, segundo ele, vinha sendo ameaçado pela vítima. A hipótese é descartada pelo delegado. Segundo Rolli, os relatos de todas as cinco testemunhas não condizem com os fatos narrados pelo preso. “Ele correu atrás de Tiago e o esfaqueou pelas costas.” Se condenado, o suspeito responderá por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima. A arma usada no assassinato não foi encontrada. A Polícia Civil deverá relatar o inquérito até o final desta semana, para depois encaminhá-lo à Justiça. O jovem foi encaminhado ao Ceresp.