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PJF decreta situação de emergência na saúde

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Atualizada às 19h47

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) publicou nesta quinta (7) um decreto em que declara “situação de emergência” relativa ao atendimento de urgência e emergência nas unidades de saúde do município. De acordo com o texto assinado pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB), que já entrou em vigor, o setor encontra-se à beira de um colapso, “tendo em vista o exponencial aumento da demanda que se verifica nas unidades que prestam este serviço à população, gerando grave problema assistencial”. O estado de emergência se estenderá por 180 dias e coloca todos os órgãos da Administração direta e indireta à disposição da Secretaria de Saúde, além de autorizar o Executivo a remanejar servidores e prestadores de serviço para atender as demandas prioritárias.

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Apesar do tom alarmante do decreto, a secretária interina de Saúde, Elizabeth Jucá, ressalta que a edição do dispositivo foi planejada. Responsável pela pasta, ela reforça que a medida se difere de dispositivo semelhante, editado pelo Governo do Rio de Janeiro, onde há uma crise generalizada no sistema de saúde. Segundo Jucá, a movimentação da PJF tem caráter preventivo e visa a evitar casos de desassistências no “segundo atendimento” dos casos de urgência e emergência – quando há necessidade de redirecionamento dos usuários para uma unidade hospitalar, após uma primeira avaliação médica. Atualmente, grande parte desta demanda é encaminhada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). “A nossa principal dificuldade está na contratação de profissionais. Esperamos que, a partir do decreto, possa haver novas contratações”, afirma a secretária.

Ainda segundo Jucá, o decreto é visto como uma ferramenta estratégica para o redirecionamento do fluxo de pacientes para unidades hospitalares após o primeiro atendimento. O aumento da demanda no HPS foi motivada por dois fatores. Um deles foi o fim do prazo de duração de termo de cooperação técnica firmado entre Prefeitura e Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), que cedia médicos da unidade ao HPS, expirado na última segunda-feira. Outro foi o fato de que nenhuma entidade compareceu ao chamamento público, divulgado no último dia 1º de dezembro, para a contratação de prestador de serviços hospitalares de média complexidade.

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“Estamos enfrentando dificuldade na contratação de médicos temporários nos últimos quatro meses, principalmente em traumatologia. Este decreto nos dá base legal para operacionalizar atendimentos até a conclusão de chamada pública para credenciamento dos serviços”, afirma Jucá. Hoje, a Secretaria de Saúde irá publicar um novo chamamento público, nos mesmos moldes do editado no início de dezembro, para tentar resolver o problema. Dessa vez, porém, para tentar seduzir interessados, a PJF irá praticar preços de referência acima da tabela SUS/SIGTAB, como ocorreu na chamada passada.

Alternativas

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Segundo a secretária de Saúde, o decreto abre alternativas que visam minimizar qualquer possibilidade de desassistência. Entre tais possibilidades, a prerrogativa de contratar profissionais de saúde de forma temporária, por até 90 dias, sem a necessidade de realização de processo seletivo. Há também a faculdade, nos casos que o HPS e a rede credenciada ao SUS não tenham capacidade para atender à demanda, de o Executivo recorrer à iniciativa privada por meio de contratação direta, sem a necessidade de licitação. De certa forma, a medida também poderia facilitar a captação de recursos externos para possíveis incrementos no sistema de saúde. Entretanto, diante da contingência de gastos tanto do Estado, quanto da União, tal cenário é visto como improvável.

Ainda nesta sexta (8), deve ser publicada uma errata no decreto, com a inclusão de um item que tratará de alternativas para o fluxo da demanda da saúde municipal. Com a edição do novo texto do dispositivo, a Secretaria de Saúde poderá ficar apta a utilizar liminares, que implicarão na obrigatoriedade de a rede credenciada oferecer auxílio em determinadas especialidades não atendidas plenamente pelo HPS.

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