Ícone do site Tribuna de Minas

Fortes chuvas causam transtornos e prejuízos a moradores em JF

Chuvas
CHUVAS-EM-JF---DIVULGAÇÃO-BOMBEIROS--(5)
<
>
Bairro Mariano Procópio, na Região Nordeste, ficou embaixo d'água (Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros)
PUBLICIDADE

As fortes chuvas que atingiram Juiz de Fora durante a madrugada desta quarta-feira (6) trouxeram prejuízos a moradores de diferentes regiões da cidade. De acordo com a Defesa Civil, em uma hora, o volume de chuva registrado foi de 69 milímetros na Estação Pluviométrica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), localizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O volume representa cerca de 22% do esperado para o mês. A Defesa Civil registrou duas ocorrências na cidade, sendo uma inundação no Bairro Mariano Procópio e um deslizamento de terra no bairro Borboleta.

Entre as áreas mais afetadas pelas precipitações estão o Mariano, Região Nordeste, que ficou embaixo d’água, deixando moradores ilhados na Rua Feliciano Pena, e o Bairro Borboleta, na Cidade Alta, onde houve a movimentação de massa em um talude, nos fundos de uma residência. Com a situação, a casa foi atingida e o acúmulo de lama impediu a saída dos moradores. O Corpo de Bombeiros foi acionado para a liberação de acesso no local e informou que não houve vítimas registradas.

PUBLICIDADE

A Defesa Civil também compareceu ao local para avaliação estrutural e interditou a residência de forma preventiva. De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), uma equipe de serviço social irá realizar o atendimento da família, que mora de aluguel no imóvel. A Administração municipal ainda informou que o Demlurb atuou no Borboleta para limpeza, bem como nos bairros São Pedro, Democrata e Linhares. Neste, o barro na via seria fruto de movimentação de terra em obra irregular. A PJF apontou que o responsável já foi autuado pelos fiscais de posturas da Secretaria de Sustentabilidade em Meio Ambiente e Atividades Urbanas.

PUBLICIDADE

Desconto na conta de água

Já no Mariano Procópio, o Corpo de Bombeiros foi acionado, por volta das 4h, quando uma mulher entrou em contato com os militares, informando que a casa estava inundada, e ela, ilhada. Contudo, de acordo com os militares, os moradores preferiram permanecer em suas residências, já que o nível da água já havia diminuído quando a corporação chegou ao local. Ainda sim, eles foram orientados quanto à possibilidade e riscos de inundações. A área ficou sob monitoramento ao longo da manhã.

Conforme a Defesa Civil, na Rua Feliciano Pena, um particular desfez a barreira de proteção, erguida do outro lado do córrego, para realizar uma obra. Essa ação teria facilitado o transbordamento da via, abrindo caminho para as águas retornarem à via. A água barrenta, por sua vez, teria obstruído as bocas de lobo da rua, o que manteve o alagamento por mais tempo. A PJF informou que equipes atuaram desde a madrugada para limpeza e desobstrução das bocas de lobo. Além disso, de forma emergencial, um muro de rip-rap de 2,5m de cada lado do córrego será erguido.

PUBLICIDADE

A Defesa Civil ainda apontou que realizou vistoria nos imóveis da área para identificar e acolher as famílias atingidas. Para minimizar o transtorno, os moradores da rua terão desconto na conta de água deste mês. De acordo com a PJF, a Cesama irá cobrar, na Rua Feliciano Pena, apenas a média da conta de água dos últimos meses, considerando que, por conta do barro, há um aumento no consumo de água potável para a lavagem das casas. Equipes da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e agentes de trânsito também atuaram no local. O Demlurb realizou os trabalhos de limpeza.

 

PUBLICIDADE
(Foto: Leonardo Costa)

‘Estou sem chão’

Diversas casas e estabelecimentos comerciais na Rua Senador Feliciano Pena, no Mariano Procópio, tiveram danos tanto materiais como imateriais. O morador da casa de número 266, Bruno Abílio Pinheiro, de 43 anos, foi um dos principais afetados. A Tribuna esteve no local e registrou o nível atingido pela água, que chegava à altura televisão sobre um móvel na sala de estar. O morador contou que a chuva forte iniciou por volta de 3h da madrugada e não houve tempo para reação. Além disso, ele, sua esposa e seus três filhos precisaram sair pelo telhado da casa, com ajuda dos vizinhos.

“Ficamos lá em cima por cerca de 40 minutos. Nos machucamos para conseguirmos nos salvar, meu filho teve uma crise de asma e a água levou sua bombinha. Nem sei onde estão carteira, documentos, dinheiro e celular. Comprei geladeira nova ontem e já a perdi. Colchão, televisão, material escolar dos meus filhos, perdi tudo. Até a árvore de Natal, que montei ontem, foi embora, junto com o nosso Natal. Estou sem chão”, lamenta. A única parte celebrada por Bruno foi não ter acontecido nada com ele e a família. O cachorro, que fica no quintal da casa, também conseguiu sobreviver, apesar da água e da lama.

Conforme Bruno, os bombeiros demoraram quase uma hora para chegar ao local. Até o momento da entrevista, a Defesa Civil não havia ido à casa para fazer vistorias. O Demlurb já realizava a limpeza na rua e auxiliava os moradores e comerciantes com os danos internos.

PUBLICIDADE

De acordo com trabalhadores e moradores do local, esse tipo de chuva com enchente acontece de forma recorrente. Apesar de as autoridades comparecerem ao local, eles afirmam não terem sido realizadas grandes mudanças até o momento.

Sair da versão mobile