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Dupla suspeita de provocar morte ao retirar celular do ânus de detento será julgada

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Dois jovens de 24 anos vão a julgamento nesta terça-feira (7) pelo assassinato de um detento de 30 anos, morto em abril do ano passado após colegas de cela do Ceresp tentarem retirar um celular guardado no ânus dele. A dupla é acusada de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e por recurso que impossibilitou ou tornou impossível a defesa da vítima. A sessão no Tribunal do Júri está prevista para começar às 9h30 e será presidida pelo juiz Paulo Tristão.

Segundo a pronúncia, o preso fez um acordo com os réus, “se comprometendo a guardar para eles um celular em seu ânus em troca de drogas”. Posteriormente, a dupla exigiu o aparelho, mas o detento não conseguiu retirá-lo, sendo fixada uma data limite para que o entregasse. Vencido o prazo, os acusados “introduziram por diversas vezes a mão e o antebraço no ânus da vítima, conseguindo retirar o celular, passando a espancá-la em seguida”.

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Para o Ministério Público, os jovens agiram por motivo torpe, por não ter o homem conseguido retirar o telefone da cavidade até o dia marcado por eles e, mesmo com o resgate do aparelho, passaram a espancar a vítima “por mero prazer”. Além disso, empregaram meio cruel ao introduzirem mãos e antebraços no ânus do preso, “causando-lhe perfuração do reto, da porção terminal do intestino grosso e ruptura do baço”. A dupla ainda impossibilitou sua defesa, “ante a superioridade numérica e a intensidade da dor sentida, que delimitou seus reflexos”.

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As agressões foram registradas no dia 29 de março de 2016, quando a Polícia Militar compareceu ao Ceresp, e o detento foi encaminhado para atendimento médico no HPS. Ele ficou internado em estado grave respirando com ajuda de aparelhos e não resistiu aos ferimentos, morrendo em 5 de abril daquele ano. Além da laceração anal e do trauma de reto, o homem apresentava contusões nos ombros e nas pernas e hematomas nas costas.

Durante uma das cirurgias, ainda foram encontrados pedaços de colher no abdômen da vítima.

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