O serviço de Cardiologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF-Ebserh) vai promover uma série de atividades para alertar a população sobre a importância da prevenção de doenças do coração. A iniciativa faz parte da campanha Coração Batida Certa que a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas promove em várias cidades do país para marcar o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, em 12 de novembro. Na terça-feira (7), as ações serão junto aos pacientes do HU unidade Santa Catarina, de 9h ao meio-dia, e no dia 11 de novembro, no campus da UFJF, de 8h às 13h. As ações serão realizadas a partir das 9h, com entrada franca ao público, que poderá adquirir conhecimentos básicos de como proceder caso uma pessoa tenha uma parada cardíaca.
De acordo com dados levantados junto à Secretaria Municipal de Saúde, entre 2012 e 2016, pelo menos uma pessoa morreu por dia devido doenças relacionadas ao coração. A maioria destas mortes ocorreu subitamente (morte súbita) e foi provocada por arritmias cardíacas que levam à parada cardíaca.
No entanto, os dados revelados pelo chefe do Serviço de Cardiologia do HU-UFJF-Ebserh, Hélio Lima Brito Júnior, são ainda mais preocupantes. Segundo ele, as doenças do coração são a principal causa de morte natural no mundo de 2005 até o último levantamento feito em 2016. Ainda conforme os dados apurados, Juiz de Fora registra quase o mesmo número de mortes que os Estados Unidos.
“Juiz de Fora, com uma população de pouco mais de 500 mil habitantes, tem uma média de 536 mortes por ano, quase duas por dia, todo ano. Este número é o mesmo registrado pelos Estados Unidos, que contam com uma população de quase 350 milhões de pessoas. São números assustadores, e muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se as pessoas estivessem preparadas para prestar socorro imediato. Por isso é muito importante conscientizar e treinar a população para que possa salvar vidas. Em menos de cinco minutos uma pessoa leiga pode ser treinada neste atendimento imediato da parada cardíaca”, esclarece.
Durante a campanha, médicos simulam em um boneco o atendimento a alguém que tenha perdido a consciência. Nesse caso, uma ação imediata aumenta muito as chances de evitar a chamada morte súbita. “Se a pessoa não receber um primeiro atendimento adequado, a probabilidade dela chegar ao hospital com vida ou sobreviver e receber alta desse hospital é muito baixa, cerca de 10%, até menos. Por isso, o ideal é que a pessoa receba uma atendimento em até cinco minutos”, afirma o chefe do Serviço de Cardiologia, Brito Júnior.