Após divulgar as médias das escolas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2015 sem incluir as notas dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) do país, na última terça-feira (4), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) assumiu ter cometido “um equívoco” e se comprometeu a informar os resultados destas instituições na avaliação “tão logo seja possível”. A exclusão no ranking causou indignação e fez com que o Conselho Nacional dos Institutos Federais (Conif) enviasse um ofício ao órgão, solicitando a revisão do procedimento. Em Juiz de Fora, o IF Sudeste também manifestou descontentamento.
Em nota, o Inep explicou que “a definição das escolas cujos resultados no Enem 2015 seriam calculados e divulgados foi realizada de acordo com a portaria nº 501, de 27 de setembro de 2016″ e admitiu que ” houve um equívoco na interpretação da legislação por parte da equipe técnica que fez os cálculos” e “por isso os Institutos Federais não foram incluídos”.
A portaria estabelece como participantes do Enem aqueles que estão matriculados no 3º ano do ensino médio regular. A equipe técnica do Inep havia interpretado que os cursos técnicos integrados ao ensino médio, ofertados pelos IFs, não são considerados como cursos de ensino médio regular. No entanto, o Enem não faz distinção da natureza da instituição de origem do estudante. No último ranking, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) obteve a maior nota entre as instituições públicas do país, e conquistou a 22ª posição no ranking do Inep.
Em Juiz de Fora, o reitor do IF Sudeste Minas Gerais, Paulo Rogério Araújo Guimarães, manifestou o descontentamento da instituição com relação à medida do Inep. “A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação é explícita ao prever a educação profissional articulada ao ensino médio regular, tendo seus diplomas validade nacional e possibilitando aos concluintes, inclusive, o prosseguimento de estudos na educação superior. Portanto, os cursos técnicos integrados são passíveis de medição da qualidade do ensino médio no país.”
Ele destaca, ainda, que o próprio instituto não teve acesso às notas. “Entendemos que essa medida viola o princípio da transparência e da publicidade, ao omitir informações públicas de interesse coletivo. Além disso, traduz-se em ato de desrespeito à sociedade em geral, especialmente aos alunos, ex-alunos, seus familiares e aos servidores de nossa instituição.” No último ranking, o IF Sudeste teve a segunda melhor colocação entre os institutos do país. O Campus de Juiz de Fora ficou em quinto lugar entre as escolas públicas e privadas da cidade.