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Gate e Cavalaria extintos em JF para criação do Bope

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Corporação garante que o rearranjo privilegia a presença da PM mais perto da comunidade (Foto: Marcelo Ribeiro/Arquivo)
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O Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) e a Cavalaria da Polícia Militar estão em processo de extinção nas cidades do interior do Estado de Minas Gerais, e Juiz de Fora faz parte da medida. A iniciativa, além de permitir a criação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) mineiro, tem o objetivo de remanejar o efetivo e colocar mais militares no trabalho de rua, aproximando o policial da sociedade. Desde 13 de setembro, a PM vem trabalhando nesse processo, que tem prazo de 90 dias para ser efetivado. De acordo com o chefe da sala de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, capitão Flávio Santiago, há mais de um ano, foi designada uma comissão para estudar o processo de reengenharia da PM, abrangendo inclusive a gestão operacional. Dentre as atividades avaliadas, a comissão percebeu que a maior demanda de policiamento no interior é aquela que acontece mais próxima das comunidades.

“Assim, dentro desse processo de reengenharia, houve um ganho e não uma perda, já que o estudo revelou que o fim do Gate e da Cavalaria significa mais policiais para dar uma resposta à sociedade. Nas cidades nas quais houve a extinção das duas companhias irá haver a realocação desses recursos onde há maior necessidade, porque o policiamento montado, por exemplo, tem um custo muito alto com feno e veterinário, sem falar que também atinge um policiamento especializado, que é importante e, por isso, Belo Horizonte continua com um regimento de cavalaria. Em grandes eventos, ele poderá ser deslocado, como por exemplo, para uma exposição em Juiz de Fora”, explicou o capitão.

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Equipe de prontidão

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A respeito do Gate, o assessor informou que o grupamento, a partir desse rearranjo, irá compor o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que também foi criado e preparado para ocorrências mais específicas. “O Bope tem possibilidade de, no tempo de uma hora e 20 minutos, estar no local mais longínquo de Minas Gerais, compreendendo os seus 853 municípios”, ressaltou Santiago. O militar acrescenta que o regulamento da PM prevê que o Bope deverá manter uma equipe de prontidão para deslocamentos no estado em casos de necessidade. “Se em Juiz de Fora houver uma ocorrência envolvendo artefato explosivo, o grupo se desloca para o atendimento, num prazo máximo de 40 minutos. Mas o próprio comando do policiamento especializado local estará à disposição e terá de três a quatro policiais para prestar os primeiros atendimentos”, enfatizou o militar. Os deslocamentos serão realizados por meio da Esquadrilha Pégasus, composta por dez aeronaves.

‘A comunidade não precisa ficar temerosa’

Na verdade, como aponta o chefe da sala de imprensa da PM, capitão Flávio Santiago, os rearranjos são uma mudança de nomenclatura das companhias de missões especiais para companhias independentes de policiamento especializado, mantendo todos os recursos especializados nos municípios que sofrerão as mudanças. “A comunidade não precisa ficar temerosa, pois esse estudo foi feito para que a população tenha mais policiamento no atendimento diário, uma vez que ocorrências envolvendo explosivos, negociação, atirador de elite e tiro de precisão não acontecem frequentemente. O objetivo não foi retirar policiamento, mas adequá-lo num processo de reengenharia, para que as comunidades tenham mais policiais nas ruas”, afirma o capitão, completando que os militares também estão recebendo capacitação.

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Para ingresso no Bope mineiro, os militares necessitam ter um exímio desempenho durante os cursos. Os que não atingem a média ficam aguardando outras avaliações. O treinamento tem a duração de três meses e acontece durante todo o ano. No curso, há disciplinas de gerenciamento de crise, sobrevivência e atividade em meio rural, mananciais e matas, defesa pessoal, invasão tática e até pilotagem de aeronave. A unidade tem três veículos blindados (os “caveirões”), equipamentos de visão noturna e armamento pesado entre outros.

Sobre as mudanças no efetivo de Juiz de Fora, o militar não informou os números envolvidos, mas lembrou que, no caso da Cavalaria, todos os animais serão transferidos para a capital mineira.

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