Em entrevista concedida à Rádio Transamérica na manhã desta terça-feira (6), a prefeita Margarida Salomão (PT) comentou sobre a situação do transporte público na cidade, diante da transferência das linhas operadas pela Tusmil para o Consórcio Via Juiz de Fora, composto pelas viações Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) e São Francisco. A medida foi anunciada pela chefe do executivo municipal na última sexta-feira (2), com a finalização do processo de caducidade entre a única integrante do Consórcio Manchester e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF).
Questionada sobre como funcionará a mudança dos ônibus, Margarida assegurou que os empregos dos funcionários da Tusmil serão mantidos no processo de transição das linhas, que será finalizado até o final do mês de setembro. De acordo com a prefeita, para que seja possível realizar a mudança, ambas as empresas irão adicionar 170 veículos zero quilômetro ao sistema de transporte público – número este que representa cerca de 40% da frota urbana municipal. “Alguém pode até perguntar: por que não fazemos a mudança das linhas de uma vez só? Eu também gostaria. O problema é que precisamos de trabalhadores para conduzir esses ônibus. Nosso compromisso é fazer essa transição assegurando os empregos e os direitos trabalhistas dos funcionários da Tusmil”, assegurou Margarida.
Nesta segunda-feira (5), ao contrário do que a PJF havia divulgado na última semana, o Consórcio Via JF somente assumiu nove das 31 linhas que seriam transferidas inicialmente para as duas empresas restantes no sistema de transporte público da cidade. A Prefeitura justificou o recuo por conta da demora no processo trabalhista de demissão e recontratação dos funcionários da Tusmil.
“Não há risco de monopólio no transporte público da cidade”
Margarida também afirmou que a futura composição do transporte coletivo da cidade não irá configurar um monopólio, justificando que os dois operadores restantes possuem diferentes participações societárias. Ela também afirmou que as próprias empresas serão responsáveis por distribuir as linhas entre si. “O Consórcio Via JF é constituído de duas empresas distintas. Uma delas é a Ansal, e outra é a São Francisco, que recentemente foi adquirida por um grupo de fora da cidade. Nós não temos nenhum risco de estar violando a condição do monopólio. Se fosse uma empresa só, aí sim teríamos um monopólio, mas como são duas empresas distintas, nós estamos operando conforme previsto na legislação”, argumenta.
Passagem irá continuar com o mesmo preço
Sem detalhar qual valor a PJF irá conceder em subsídios financeiros para as empresas do transporte coletivo da cidade, Margarida reafirmou que o valor da passagem de ônibus será mantido mesmo diante do processo de mudança das linhas. Em maio deste ano, a Prefeitura confirmou que as empresas do transporte público municipal iriam continuar recebendo subsídios financeiros para a manutenção do atual valor da tarifa, que está congelada em R$ 3,75 desde novembro de 2019. No ano passado, em 2021, a PJF concedeu R$ 11,9 milhões de subsídio para os dois consórcios existentes. “Nós vamos continuar com essa política de preços adequados porque a população está sofrendo muitos transtornos com a atual crise econômica, com muita gente desempregada ou ‘mal empregada’, sobrevivendo a duras penas”, justificou.